Contos de F(o)das

Capítulo 3

Ninguém dispensa a dispensa

Eu e meu namorado quase não nos víamos, então fazer sexo era praticamente impossível.

Nós calculamos todas as possibilidades para podermos marcar de se encontrar, mas, parece que tudo conspirava contra nós, ele tem duas irmãs e eu também, então a ideia de ter a casa de qualquer um de nós vazia parecia um sonho inalcançável.

Por incrível que pareça, um dia surgiu uma oportunidade, minhas irmãs estudavam de tarde e na semana em questão minha mãe pegou um plantão e iria ficar fora por dois dias. Meu pai também estava trabalhando, então a casa estava totalmente livre.

Por sorte, meu namorado estava livre do trabalho nesse dia. Marcamos nosso encontro com a maior felicidade do mundo.

No dia tal, ele veio para a minha casa e estávamos com tanto fogo que nem ligamos para a hora. Começamos nos beijando, os beijos ficaram mais quentes e foram descendo. Depois como é praxe, transamos.

O ápice dessa história não está em si no sexo, mas no que veio a seguir.

Estávamos a mais de um mês sem fazermos nada, então não estávamos satisfeitos. Minha casa tem dois andares, depois que transamos no meu quarto, conversamos um pouco e quando menos esperamos estávamos nos agarrando de novo.

Descemos para beber água e de repente eu estava em cima da mesa da cozinha sendo beijada em todo meu corpo, e claro, retribuindo. Nossas mãos passando pelos nossos genitais causavam revirar de olhos e até gemidos, ele já estava sem roupas e eu estava só de short, mas então...

Eu ouvi o portão abrindo.

Meu portão era enorme, portanto fazia um mega barulho. Acreditem, meu coração gelou.

Era a minha Irmã, uma de suas professoras faltou, então ela chegou mais cedo. Na hora nada me vinha na cabeça, eu só peguei o meu namorado, catei as roupas dele que estavam pelo chão e enfiei ele na dispensa da cozinha, era um quartinho, como um porão, só que bem pequeno e apertado. Ele ficou lá, em pé atrás da porta, apertado e sem roupa, por três longas horas.

- Carolina, pq vc tá assim? - Disse minha Irmã.

- Estava com calor... - Eu estava toda descabelada, com o coração na boca e peguei qualquer camisa que achei no meio da casa.

- Heuhein, que estranho... Vou guardar minha mochila na dispensa...

- Nãoooooooo! Tá maluca? Essa dispensa tá uma zona, eu ainda vou arrumar daqui a pouco, dá essa mochila aqui que eu guardo! - Meu desespero estava aparente.

- Carol, você tá bem?

- Claro irmã! Eu só... Tô Cansada. Minha amiga ainda vem aqui, vou ligar pra ela pra ver se está vindo... Vai tirar essa roupa da escola...

- Heuhein, doida! - Minha irmã foi para o segundo andar.

- Edson... - Chamei para ter certeza se, com tão pouco ar ali dentro, ele não havia morrido por asfixia.

- Amor, eu quero sair daqui, tá apertado e quente.

- Cala a boca, vou ver se a Ivy ajuda. - Eu liguei pra Yvi - Yvi, por favor me salva!

- O que houve Mulher? - Me respondeu assustada do outro lado da linha.

- Tava transando, Minha irmã veio mais cedo da escola e agora o Edson tá pelado na minha dispensa. Como eu tiro ele daqui?

- Puta que par**! Vou aí distrair sua irmã e você tira ele daí, tô indo amiga!

Depois de muito tempo Yvi não veio, ela também estava no namorado dela e acredite se quiser ela também estava se escondendo em baixo da cama porque a sogra dela chegou do trabalho.

Fiquei sozinha, depois de muito desespero consegui enfiar minha Irmã na casa da minha avó que era nossa vizinha. Tirei Edson da dispensa, ele vestiu a sunga e eu o ajudei a pular o muro dos fundos, se passasse pela frente minha avó e minha Irmã ainda conseguiriam vê-lo. Depois joguei as roupas dele por cima do muro também, ele foi correndo e se vestindo.

Sinto a adrenalina até hoje.
Depois desse corre-corre, nunca mais transamos duas vezes sem pensar nos prós e nos contras. E quando acontecia era sempre na cozinha.

Afinal de contas, na hora do desespero, ninguém dispensa a dispensa!

(CAROLINA, Rj, 19 anos)