Ainda dentro do templo existia uma porta com grades que dava acesso ao que provavelmente antes era uma sacristia, a porta estava fechada, mas ao empurrar para minha surpresa foi que ela se encontrava destrancada, já estava tão acostumado que cada porta impedia minha passagem. Dentro da sacristia estava mais escuro que o resto do templo, meus olhos levaram um tempo para se acostumar com a escuridão, procurei um interruptor, mas acabei não encontrando.
Ali havia uma escrivaninha uma cama e um armário e um vaso do que muito tempo atrás foi uma folhagem. Na escrivaninha não existia nada de importante a não ser uma porta retrato com a foto de um padre ou de santo, nunca fui muito religioso e não consegui definir de quem se tratava, as gavetas estavam vazias e uma pairava no chão virada de ponta cabeça. Na gaveta do chão abaixo dela só tinha uma caneta metálica e um rosário, por não ser religioso acabei só pegando a caneta que futuramente poderia ter alguma utilidade.
O armário estava trancado, mas depois de forçá-lo um pouco consegui abrir uma fresta e com as mãos consegui estourar a fraca fechadura. Este já se mostrou mais cheio de bugigangas muitos papéis que não consegui ver o que possuíam principalmente pela escuridão do local. Encontrei muito potes transparentes com objetos orgânicos conservados em um líquido tudo aquilo parecia mais um laboratório de ciências do que um templo. Realmente aquilo era nojento nem me detive muito para olhar nestes detalhes.
Ainda bem que encontrei algo melhor no fundo do armário duas garrafas de vinho e ainda fechada, bom pelo menos era algo que poderia aproveitar, se não lembrava de nada sóbrio quem sabe isso poderia me ajudar a acalmar a agonia de parecer não pertencer a este mundo que me encontro.
Não havia mais nada neste espaço nenhuma abertura nem nada que pudesse ter ligação com o prédio vizinho. Ao me virar para sair lá estava algo que não tinha visto antes e bem ao lado da porta uma lixeira e atrás quase escondido uma maleta.
Na lixeira nem olhei direito estava entulhada de papéis velhos e amassados mas a maleta essa sim me chamou a atenção.
Levei a maleta e as garrafas para cima do altar para conseguir visualiza-las melhor. Os vinhos estavam com rótulos já corroídos mas ainda lacrados.
Uma maleta metálica daquelas com segredo de quatro combinações, não consegui abri-la, mas só de ter achado a maleta mesmo que não possuísse nada de interessante já era motivo para alguma felicidade.
Fiquei observando o local para ver se não havia mais nada de interessante que pudesse utilizar e avisto ao lado da sacristia um recinto com duas portas abertas. Escolhi a primeira porta mais próxima para explorar após passar por um corredor muito curto cheguei em uma sala que provavelmente consistia em um copa anteriormente. Com o que aparentava o que fora uma mesa redonda no centro toda estraçalhada e alguns restos de frutas apodrecidas espalhados pelo chão e como na sacristia a iluminação era realmente terrível.
Havia também prateleiras do chão até o teto, com muitos sacos espalhados e potes coloridos e empoeirados, os sacos que estavam abertos dava para ver que consistia em alguma espécie de pó provavelmente era farinha.
Me aproximei de um dos sacos e coloquei o dedo lentamente e coloquei um pouco daquele pó na minha boca.
Hunf, realmente aquilo uma vez foi farinha, estava nojenta e completamente amarga. Nas outras divisões da prateleira existia pouco coisa que não fosse estes sacos do que fora farinha.
Já os potes tinham um pouco de cada coisa, provavelmente muito temperos e ingredientes que nunca havia visto na vida, dois ingredientes me chamaram a atenção e acabei pegando para colocar no bolso, sal e café.
Existia uma antiga pia no canto desta sala, fui na torneira e ela pigarreou um pouco de água suja e lamacenta, mas logo correu uma água mais límpida. me aproveitei e lavei minhas mãos e rosto, molhei um pouco o cabelo todo embaraçado que parecia que a muito tempo não via nem água nem um pente. Aproveitei e bebi um pouco de água fazendo concha com as minhas mãos, foi bom para dar uma suavizada neste dia estranho. Afinal ainda estou tentando lembrar quem sou e que faço aqui neste local.
Me dirigi a outra porta e este sim era um banheiro coletivo, a iluminação deste local era bem melhor. O local está dividido em várias cabines com vasos sanitários e um local dom duchas coletivas, o piso do local estava todo sujo e enlameado.
Aproveitei para dar uma geral na minha higiene, utilizando o bacio e tomar um bom e merecido banho, consegui achar o que restava de um pedaço de sabão e um pedaço de pano para auxiliar na minha limpeza.
Realmente foi agradável conseguir me sentir limpo apesar que teria que me vestir com as mesmas roupas sujas que já me encontrava. Enrolei o sabão em um papel e já aproveitei para guardá-lo sabe-se lá se não iria conseguir outro sabão destes.
Depois do banho aproveitei e fiquei sentado esperando me secar em um banco que ali existia, tentando colocar minha cabeça em ordem.
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EstranhoS
General FictionUm jovem rapaz acorda perdido em meio ao mundo desconhecido sem saber quem é. Não faz ideia do que irá encontrar e o desenrolar de sua história. Acompanhe nosso amigo e entenda o que está por trás de tudo.