Abrigo

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Ao chegar próximo em uma esquina avisto o primeiro veículo estacionado em uma esquina, eh uma camionete antiga, com muitas das suas formas arredondadas completamente castigada pelo tempo , já nem existia mais os pneus somente as rodas de ferro envelhecidas e tomadas de ferrugem, o vidros e lataria se encontram com uma camada de poeira. Parece que aquele veículo já se encontrava a muito tempo neste local afinal de contas o carro já estava com vários pontos de ferrugem, o próprio asfalto parecia que já se encontrava cansado dela ali, pois já se encontrava afundado e fundido no asfalto.

A porta estava destrancada, no interior havia o que fora um cobertor, um casaco velho todo furado, e um molho de chaves, e um cheiro incrivelmente ruim, neste pequeno cubículo. No que restava do porta luvas já aberto estava o que fora uma massa de papel, quem sabe um jornal velho ou panfletos de propaganda.

Embaixo do banco avistava um papel pardo com algo enrolado e uma leve ponta avermelhada. Desembrulhei lentamente e vi que era um tecido velho e dentro um lindo broche com uma escrita quase apagada em seu verso, mais um item que já somei com a minha coleção de objetos valiosos.

Percebendo melhor nesta rua que me encontrava, a paisagem mudava um pouco conforme meus olhos se distanciavam percebia que as construções ficam menos belas e mais cinza, mas com portes maiores como se fosse o caminho para uma área industrial.

Do outro lado da rua consegui visualizar um prédio que a porta de madeira diferentemente das outras não suportou a ação do tempo, já apresentava várias lascas e partes de deterioramento das madeiras.

Atravessei a rua e fui obrigado a sorrir comigo mesmo, afinal antes de atravessar a rua tinha olhado duas vezes para cada lado, como se algum motorista fosse surgir aqui no meio do nada.

Realmente a porta apresentava vários pedaços de fraqueza, mas mesmo forçando-a a mesma não queria abrir, mas diferente das outra portas que encontrara esta eu realmente estava determinado a abrir. Já me encontro cansado a cada pouco ser limitado por uma porta trancada. Empurrei com o ombro e ela cedeu um pouco, continuei forçando mas não abriu meti uns chutes na porta e saltou mais um pedaços de madeira apodrecida mas nada de abrir.

Voltei a camioneta para ver se podia utilizar alguma coisa para poder abrir aquela porta, lembrei de olhar a caçamba e encontrei um pedaço de ferro arredondado e retorcido, nem tinha ideia do que aquilo fora no passado, mas agora com certeza seria o meu abridor daquela porta.

Coloquei o pedaço de ferro no canto da porta e empurrei com vontade e a porta se estralou toda, e se obrigou a ceder um mísera fresta maior que a minha mão, aproveite-me daquele espaço coloquei o ferro por ali e com força o suficiente para derrubar aquela porta consegui enfim abrir. O ferro se amassou um pouco mas era resistente apesar de ser algo feio, agora seria meu companheiro para auxiliar quando necessita-se.

O sinal de penumbra em todo interior é agoniante só alguns metros era possível ter uma visão clara que estava em um halll de entrada de um prédio residencial. Testei o interruptor e nada de iluminação, acredito que este local não possua mais energia elétrica mesmo.

O corredor é amplo com 4 portas e no final uma parte de escada que dá acesso ao próximo pavimento. Todas as portas estão trancadas, a parte da escada que consigo ver tem algumas pequenas janela auxiliares que ajudam na iluminação.

A escada é de aparência sólida, resolvi subir para verificar o que mais tem de interressante no local. No segundo andar no corredor além de um banco se encontra um vaso e uma estaca do que provavelmente era uma folhagem, e com novamente todas as portas fechadas deste andar. Havia mais andares no prédio, mas o acesso ficava cada vez mais escuro, por questão de segurança melhor não arriscar. Difícil existir alguma porta aberta por aqui, já está se tornando comum essa situação em si, percebi que se quiser eu mesmo teria que fazer por merecer para conseguir entrar em um dos apartamentos.

Sei que entrar em qualquer um era ao acaso mas me pergunto em qual deles forçaria a entrada? E o que poderia esperar lá dentro um imóvel fechado, vazio ou abandonado ou quem sabe os inquilinos só esperando eu entrar para me agredirem.

Bem apesar de não saber qual deles escolher uma coisa tinha certeza infelizmente não existia sombra de nenhum antigo inquilino neste prédio nem em todo caminho que percorri. Decidi escolher um que ficaria de frente para a rua da entrada do prédio, no segundo andar mesmo para ter uma melhor visão da cidade.

Pronto estava de frente para a porta escolhida! Como escolhi? Ao acaso, uma porta no final do corredor, numero 202, uma porta branca como as outras com um olho mágico no centro, e um pequeno adesivo de smile que insistia em sorrir para mim, tá certo não foi bem ao acaso foi devido a única coisa simpática que sorriu para mim durante todo este dia agoniante.

Porta escolhida, hora de abri-la, peguei o banco que estava no corredor e usei para escorrar na porta e subir em cima do banco para forçá-la a abertura. Após algumas tentativas fracassadas que só fizeram o banco se quebrar e alguns aranhões na porta, voltei para a violência já que isso já demonstrou dar certo antes. Claro que peguei o pedaço de ferro, e a partir de agora batizo ele de abridor de portas (que criatividade tosca, tá ok ,batizo de o "Demolidor") utilizei-o o super Demolidor como uma marreta na fechadura, aquele som seco e alto me fez assustar, o som do eco naquele corredor era realmente apavorante. O trinco não resistiu muito as pancadas ficando logo em pedaços, mas a porta essa insistia em não abrir. Mas determinado como estava continuei arrebentando a porta pelo espaço do trinco já caído até ceder completamente a fechadura.

Depois de alguns minutos exaustivos consegui finalmente abrir a porta o estado das minhas mãos estava completamente vermelhas e doloridas com o vigor que usei para abrir a porta. Mas pronto estava aberta, vamos descobrir o que me espera lá dentro uma espectativa de ansiedade e medo surgem em meu peito mas a curiosidade é que sempre comanda.

Dentro do apartamento a iluminação era inexistente, fui seguindo em linha reta procurando uma janela para poder abrir, dei com as canelas duas vezes até chegar a parede do outro lado. Após abrir a persiana fechada e a janela para ventilar um pouco pude contemplar a vista do meu novo apartamento.

Ali a frente jazia os restos mortais da camioneta e aqui de cima a imagem era mais deprimente possível, de completo abandono da cidade, os prédios frontais já tinham sua pintura toda corroída, daqui ainda era possível visualizar a torre o único fragmento que tentava me lembrar algo da minha memória que tinha deste mundo, algo com aquele local.
Continuei olhando tudo a volta e percebia somente um completo deserto de toda região, parecia como se estivesse inserido em uma pintura de um quadro deprimente e melancólica de uma cidade cinza e abandonada.
Onde estaria todos e afinal o que aconteceu aqui?

EstranhoSOnde histórias criam vida. Descubra agora