O Lago.

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Capítulo revisado, 28 de Dezembro, 2020.

Aquele dia foi um dos mais estranhos pra mim. Muitas coisas estavam passando na minha cabeça e eu não parava de pensar na possibilidade enorme dele ter me visto em sua cama, com suas roupas. Fazendo o que eu prefiro não ter lembrado. Aquela tinha sido minha primeira vez, a primeira vez que eu me tocava e a melhor. Talvez ela seja a melhor já que não tive outras oportunidades ou talvez ela seja a melhor porque tenha sido pensado nele. Foi pensado no homem que me deixava absolutamente louco.

Me lembro do dia anterior quando estávamos no quintal comendo alguns pãos de alho com um suco doce de pêssego. Lembro dele com os óculos escuros se deliberando ao sol. O sol fazia ele ser mais lindo quanto a luz batia durante os momentos de lazer no quintal. Sua pele branca brilhava por conta do protetor solar que ele insistia em passar sempre.

- Lonza?

- Eu.

- Está cheio?

- Não, ainda posso comer mais alguns... - Falei.

- Está mentindo!

- Talvez.

- Não precisa comer se não quiser, juro que não vou pensar que você achou meus pãozinhos ruins. - Havia dito ele tirando seus óculos escuros e os jogando sobre a mesa, agora ele estava olhando diretamente para mim. Estávamos olho á olho.

- Confesso que esses são os melhores pão de alho que eu já comi, em todo o mundo. - Era visível o sorrio que se formou em seu rosto. Ele sorria sem pretexto mas agora fora diferente, o sorriso era por minha causa. Eu era o culpado por fazer ele feliz naquele momento.

Mais tarde naquele dia ele me disse que queria fazer algo diferente. Eu nunca entendia a aleatoriedade dele, era tudo muito vago e derrepente. Assim como sua fome, ou seus gostos musicais. Tudo se alterava e não era respeitavelmente questionável. Nada de "Por quê?", Ele não conhecia essa palavra poeticamente falando. Ele não fazia questão de conhecê-la, isso me dava mais ânimo, admito, sentia cada vez mais vontade de perguntar algo a ele e de fato, quebrar todas as regras que eu já vinha notando em sua pessoa. Eu o conhecia tão bem, como se fôssemos amigos a anos e ainda não tinha feito nem quadro semanas. Me lembro de me preocupar que ele iria embora logo e eu não teria feito nada. Nada que mostrasse a ele o quão grande era essa minha paixão, mesmo que ela tenha sido a mais diversa de todas, para alguns até a mais errada pode ser, mas pra mim.... Pra mim era só amor.

Eu não sabia algo diferente o suficiente para o surpreendê-lo, mas eu queria que fosse chocante ao ponto dele me elogiar pela sugestão dada. Ele me olhava sério e pensativo, estávamos em pé parados ao corredor, em frente o relógio que apontava seu maior ponteiro ao 2, aí depois ao 3. Enquanto o menor permanecia sem movimento ao 4. Sim, era viável ao ponto de eu me lembrar dos números exatos. Porque aquele dia não era apenas 4h02 da tarde ou 4h03, se preferir. Aquele foi o melhor dia que tivemos juntos naquela semana.

- Sabe nadar? - Questionei.

- Além de cantor tagalera, escritor e um simples poeta. Sim, eu também sei nadar, Lonza. - Disse, fechando o livro meio aberto em sua mão, me deixando curioso sobre a página que ele marcava com o seu dedo indicador que agora segurava o livro totalmente fechado. Sua mão esquerda se encaixou em seu bolso, o bolso de sua calça social bege, era linda. Estava perfeitamente vestida e eu podia especular em minha mente todas as suas artes corporais. Eu fiquei excitado naquele dia e me lembro de ter disfarçado com a longa camiseta que eu vestira.

- Vamos para o Lago de P. - Era um lago que havia logo após P. Eu o apelidei assim, mas seu nome mesmo era "Riacho de Pietro". Confesso que a abreviação é muito melhor e eu ainda a ultilizo mesmo depois de tanto tempo.

Até BreveOnde histórias criam vida. Descubra agora