Jaci tentava prender uma pena nos densos cabelos da pequena menina sentada entre suas pernas.
"Mãe?" Disse a morena virando o rosto para a indígena.
Jaci:
Sim ,Gabriela ? Ela falou , um doce sorriso em seus lábios de mel.Gabriela:
Conta uma história?A praia deserta , apenas o som das ondas batendo na beira da praia.
Jaci:
Qual ? São tantas .Gabriela:
Uma que ainda não me contou....Gabriela:
Como quando você nasceu . . . ?A criança se indaga, olhando fundo nos dourados olhos de sua mãe.
A indígena ri .
Jaci:
Acho que pode se dizer assim.Gabriela se ajeita , observando a figura materna.
Jaci cala se por alguns minutos , lembrando se da história que pequena havia pedido.
Jaci:
Eu não sei ao certo quando ocorreu... apenas lembro da sensação.
.
.
.
Em meio as densas florestas sulamericanas , no território que hoje conhecemos como Brasil uma menina surge , sua pele meio parda devido ao sol , cabelos lisos , castanhos meio arruivados lembravam as brasas ardentes do fogo e olhos amarelados aparentavam serem feitos de ouro.Ela abre os pequenos olhos que antes estavam fechados.
Tudo a fascinava , as folhas os sons , tudo.
Em igualmente pequenos passos anda por sua nova casa.
Sobe em árvores, experimenta seus frutos , dorme junto as grandes onças pintadas na copa das gigantescas árvores.
.
.
.
Gabriela:
Mãe, você ainda gosta de fazer isso não é?Jaci:
Sim, a indígena ri fazer isso era prazeroso para ela , por isso vou te ensinar quando for mais velha.A pequena parecia ansiosa , sempre quando saía com sua mãe sentia fascinada o quão rapido ela subia nas mais altas árvores mesmo com os cabelos que tocavam no chão.
.
.
.
.
Mal a pequena sabia que era observada, uma tribo da floresta por gerações a tinha monitorado, no início tinham medo do Espírito protetor que rondava a região.Mas esse medo foi rompido com a guerra travada com uma tribo vizinha. O pajé orientou os guerreiros para buscarem o espírito, dessa forma venceriam a guerra.
.
.
.
Jaci:
Quando eles vieram até mim estava assustada, nunca havia visto pessoas que se pareciam comigo antes!Ela gesticula com as mãos.
Jaci:
Mas falávamos a mesma língua... E sentia que deveria ir com eles.Jaci:
Assim, me juntei a minha tribo. Porém no dia de confrontar a outra tribo.
.
.
.
Lanças e flechas era atiradas em ambos os lados , a guerra estava sendo travada.No meio do caos , duas figuras se encontram e se encaram.
Uma , mais alta e com sede por sangue em seus olhos.
A outra, baixa inexperiente e nervosa.
Eles eram diferentes de todos os outros, tinham um nome específico.
Espíritos.
Era assim que suas tribos os chamavam , guardiões a materialização da própria tribo.
Era ali que a guerra tinha seu final.
.
.
.
Gabriela:
O que houve mamãe?Ela se aproximou da figura mais velha.
Gabriela:
Você venceu?Gabriela:
Você venceu o outro espírito?Jaci:
Acho que devo continuar essa história quando chegarmos em casa....A expressão da pequena era de desapontamento.
Jaci:
Não fique com essa carinha.... O sol está se pondo.Ela aponta para o horizonte.
Jaci:
Não se sabe que espíritos andam por aí a noite.Jaci:
Vem, prometo que continuamos assim que chegarmos !Ela sorri novamente, levantou-se e pegou a mão da filha.
Abandonam a praia e entram na densa floresta.
.
.
.
A noite trazia seus sons característicos, mãe e filha se deitam na mesma rede.Jaci:
Em que parte eu parei ?Ela pergunta virando a cabeça para a pequena.
Gabriela:
Na sua primeira luta ?Ela abraça a mãe.
Jaci:
Ah sim.
.
.
.
No calor da batalha as figuras se acatam. A mais velha usa um tacapi a mais nova , um arco e flecha.Ambos, talentosos guerreiros.
Em um momento de distração, uma flecha é cravada .
A menina vai em direção à figura mais velha.
Sangue escarlate atingia o chão.
Os olhares dos dois se cruzam.
.
.
.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A descoberta: Crônicas da Brasil
Fanfictionpequenas histórias desde o descobrimento até a copa do mundo 2018 sobre uma perspectiva diferente. Não nessa exata ordem ;^^ Rankings ❤️ #74 02-08-2018 Brasil #1 14-08-2018 Hetalia. #144 14-08-2018 Brasil