Caesar brincava com sua irmã, Sophia, animadamente no quintal da casa de seus pais. Estavam brincando de pique-pega, e Caesar estava correndo bem mais devagar que o de costume, apenas para ver o sorriso ou gargalhada de sua irmã quando ele não consegue alcança-la.
ㅡ Crianças, venham almoçar! ㅡ Era a senhora Meredith, mãe dos dois. Apesar de Caesar ter 21 anos, ela ainda o considerava como uma criança. Ela tentava trazer seu filho de volta para casa, mas ele resolveu morar sozinho, já que era constantemente mimado pela senhora Meridith. Seus olhos brilhavam vendo seus filhos amados se divertirem, fazendo todo o seu esforço ter valido a pena.
Como eles ainda estavam brincando, Caesar correu rapidamente até sua irmã, a pegando no colo e dando vários beijos seguidos em sua bochecha. Com ela ainda em seus braços, ele entrou e a colocou na mesa de jantar, que, apesar de ter quatro cadeiras, apenas três seriam ocupadas. Caesar sentou ao lado de Sophia, colocando seu braço sobre o ombro dela, e sorrindo, falando de uma bobagem que nem se lembra mais.
Meredith põe seu famoso prato de bolo de carne na mesa, e até hoje nunca compartilhou seu ingrediente secreto. Ela disse que iria ensinar à sua filha, caso ela se interesse por culinária.
Ao sentar-se em frente a eles, ela distribui7 os pratos e parte o bolo de carne, fazendo aquele aroma suculento invadir a pequena cozinha e os filhos babarem. Meredith era, sem dúvidas, a melhor cozinheira de todas.
Logo após o esbanjar de comida, e todos ficarem tão satisfeitos, Sophia saiu novamente para o quintal, brincar com Einstein, o cachorro da família, que foi adotado uma semana depois de Sophia nascer, sete anos atrás, para acompanhá-la na sua vida. Enquanto isso, Ceasar foi falar com sua mãe, muito receoso, não querendo estragar este lindo dia.
ㅡ Eu quero me mudar para o Oregon...ㅡ Caesar fora direto. Ele queria se mudar fazia meses, desde que sua amada e poluída Nova Iorque começou a ser um fardo para ele. Sabia que sua mãe ficaria desolada e citaria sua irmã e seu trabalho para forçá-lo a morar perto, mas ele queria mais liberdade.
ㅡ Mas... e a Sophia, meu bem? Ela é tão apegada a você... Não pode simplesmente largá-la desse jeito. Além disso, tem o seu emprego... e tem a mim... ah, não acredito que um dia meu filho iria me abandonar... uma velha de 53 anos com sua pequena filinha...
Caesar respira fundo, já esperando por isto. Mas tinha de ser feito. Já havia visto tantas casas e apartamentos por lá, e já tinha escolhido a dos seus sonhos, que nunca encontraria em outro lugar, sem ser aquele. Também havia comprado a passagem apenas de ida para a semana seguinte. Já estava decidido. Ninguém iria impedi-lo.
ㅡ A decisão já foi tomada, mãe. Não há mais como me impedir. Vou me mudar semana que vem. Já comecei a arrumar minhas malas... ㅡ, mas essa frase nunca foi acabada, pois a Sophia, que havia entrado para chamar Caesar para brincar mais um pouco, tinha escutado tudo. Estava derrubando lágrimas e tinha acidentalmente derrubado a bola de plástico de Einstein no chão, chamando a atenção dos dois. Ela virou de costas, com o rosto vermelho e fungando alto, saiu correndo até o portão de casa, abrindo desajeitadamente.
ㅡ Olhe o que você fez, Caesar! Vá atrás dela, a culpa é sua! ㅡ Meredith nunca se sentiu tão traída pela família, e esse sentimento estava apenas ocultando a perda e o medo de ficar solitária, quando os filhos resolvem seguir o próprio rumo de suas vidas.
Caesar sai às pressas, quase alcançando sua querida irmã, mas ela consegue sair antes. Ela corre em disparada pelas ruas, sem se importar em ver se havia carros passando, então o mundo inteiro parou.
ㅡ SOPHIA! ㅡ Gritar seu nome era em vão, e é claro que Caesar sabia, mas ele foi cegado. O mundo não foi em câmera lenta, e sim foi o oposto. Quando tudo descongelou, ele percebeu que já havia paramédicos lá, e por alguma razão ele estava segurando o corpo delicado de sua irmãzinha com tanta pressão contra o próprio corpo, sem se importar com o sangue empoçando suas mãos. Seus gritos de súplica pareciam não fazer barulho algum. Ele não conseguia escutar nada a não ser as batidas do seu coração e o choro de sua mãe.
Então, ele viu Sophia ser tirada seus braços a força. Continuo sentado no chão, a vendo, imóvel, sendo levada em uma ambulância. Parou de chorar. Parou de gritar. E depois tudo ficou silencioso. Ela foi retirada da vida dele. O seu bem mais precioso. E a culpa era sua.

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Efeito Borboleta
RomanceApós a morte de sua irmã, Caesar Vaerlies se muda de Nova York para Verweef ㅡ uma cidadezinha pacata no interior do Oregon ㅡ, para se afastar de sua mãe e todas as lembranças que ela o traz. Depois de uma série de relacionamentos fracassados e um...