boa leitura!!!
A rua fedia a maconha velha e a mofo.
Aquele apartamento quebrado havia muita história para contar.
A prostituta voltava a se vestir em seu vestido tubinho, com o casaco.
Ele estava sentado na poltrona, olhando a vista da janela. Era janeiro de algum ano. Era inverno ainda, pois as ruas estavam geladas. Tão geladas quanto a sua própria alma.
A prostituta olhou o apartamento. Só havia uma cama, um notebook, jornais velhos empilhados na mesa de centro, livros em excesso num canto. Na cozinha apenas Bourbon e algumas embalagens de comidas pedidas pelo telefone.
Ela adormeceu naquela cama macia e confortável. Ele não a tocou de forma indevida, não tirou sua calcinha e a esbofetou a chamando de cadela maldita a forçando a ceder para ele. Talvez fosse um homem carente, ela pensou.
Não era como os outros. Quando abotoou o sutiã e puxou o vestido, ela se virou para ele.— São 300 dólares.
Sem se virar, ele estendeu cinco notas de cem. Ela aceitou.
— Porque os 200 a mais?
— Compre um casaco de inverno. "A voz dele saiu um pouco rude." — Está congelando lá fora.
— Não preciso de cuidados.
O homem deu de ombros.
— Você que sabe. Mas acho que não gosta dessa vida de prostituta. Escutei-a chorando durante o sono.
A mulher ficou um tanto vermelha.
— Isso não é da sua conta.
— Tem uma delegacia, no centro de Caldwell. "Ele falou, sem tirar os olhos da janela." — Tem uma mulher que trabalha lá dentro, o nome dela e Hazel. Ela é uma mulher que lidera um grupo de apoio para prostitutas e viciados. Ela te coloca na tutela de proteção do Estado e dá assistência. Deveria tentar.
— Porque se importa? "A mulher pegou o casaco." — Sou só a puta que fodeu ontem a noite.
— Antes de ser puta, você é humana. "Ele não se virou." — E humanos não cedem seu corpo por comida ou teto. É desumano e degradante para mim.
— Então porque o fez?
Ele não respondeu. Apenas acendeu o cigarro.
— Hazel Mitchell. "Ele afirmou." — Caldwell.
A dama saiu, bufando. Quando desceu até o térreo, parou de frente ao ponto de táxi. Estava serenando, as nuvens carregadas. Olhou para as colegas de rua: Uma delas estava viciada em crack e a outra injetava heroína todas as noites.
Era isso que ela queria? Não, a dama pensou. O táxi parou e ela entrou.
— Para onde senhoria?
Ela olhou para a janela do último andar do apartamento. Era como se ele a olhasse lá de cima.
— Delegacia de Caldwell, por favor.
Ele a viu pegar o táxi e então se ergueu.
Sentia fome, mas não queria comer. Sentia sede. Sua boca estava seca de bebidas quentes.
Arrastou até a cozinha. Tudo fedia a comida velha, e já imaginava que na geladeira havia baratas e ratos compartilhando uma pizza que ele deixara na geladeira há quase dois meses.
O seu notebook era a única coisa que prestava naquele local.
Serviu-se de uma dose de uísque. Andou pelo apartamento, até parar no telefone fixo. Era seu único contato com o mundo, já que seu celular virou pedaços quebrados a quase um ano atrás.
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Letters&Love | adap. larry stylinson
RomanceHarry ficou viúvo muito jovem. Boyce não resistiu à um acidente, deixando Harry sozinho e grávido. Sem opções, ele se vê cuidando da única coisa que alegrava seu marido: Uma livraria no final de uma rua movimentada em Londres, onde vivia rodeada de...