Estrelas e Outras Coisas que Brilham Mortas

Café Noturno

E agora é assim
Volto tarde da noite da Faculdade
Dopado de pão de queijo e café
Não qualquer café

Aquele café noturno
Aquele que você sabe que não deveria estar tomando
Mas toma mesmo assim

Aquele que não importa o quanto de açúcar coloque
Ele continuará meio amargo
A quem diga que se é meio amargo,
É meio doce também
Malditos otimistas

Meio amargo não é doce
É um amargo que aguentamos
Que talvez de pra apreciar
Mas no fundo não é isso

Esse é o café solitário noturno
E é isso
Fico sentado no banco do metrô da linha azul
Ainda sentindo o gosto amargo

Sem amigos para conversar
Nem mesmo com um amor pra pensar
Sem garotas, amigos ou família
Sozinho, e amargo

Um sentimento tão neutro
Que me impede de criar
De sentir
Seguindo sem tesão algum

Mesmo o sexo, drogas, e rock n roll
Já não é igual
Fico mais chapado com um café meio amargo
Do que com um amor falso
Amigos que são conhecidos apenas
E uma música de massa sem graça

Essa não é uma poesia com conclusão
É uma puta de uma poesia bosta
Não é um poeisa inspirada por um bom café
É um café tomado as pressas, atrasado
Um café noturno sem graça, acabado, raso