Prólogo

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Às vezes ao me lembrar daquele dia, sinto que aquela simples conversa pode ter mudado tudo,mas ao mesmo tempo sinto que nada mudou, foi uma conversa no mínimo estranha, mas nada além do comum. Às vezes me pego a pensar "aonde eu estaria se tivesse feito escolhas diferentes?", isso é impossível de se saber, mas de algo eu tenho certeza, eu estaria me fazendo essa mesma pergunta.

"Quem é você?"

Ela sabia exatamente quem eu era,mas não era essa resposta que ela desejava.

"Eu não sou nada além de mim mesmo"

"E o'que faz você ser você mesmo e não ser eu"

"O'Que você quer dizer com isso?"

"O'Que teriam que mudar em você para que você se tornasse outra pessoa?"

Naquela época eu ainda não compreendia o peso dessas palavras, mas, inconscientemente eu sabia que aquela era a resposta.

"Se eu tivesse que escolher apenas uma coisa, então seriam minhas memórias"

O Paradoxo do Navio de Teseu, essa é uma questão realmente interessante, até que ponto posso trocar as partes de algo por outras de forma que ele continue sendo si mesmo, e se eu construir outro do mesmo objeto com as partes antigas, qual será o original?

Quando se fala de objetos é realmente difícil dizer, mas quando se trata de pessoas é algo bem mais simples.Troque meu nome,minha face,meu corpo ou até mesmo minha família, eu permanecerei o mesmo, mas no momento em que perder minhas memórias estarei definitivamente morto.

Toda ação possui uma reação, e o presente não é nada além de uma reação ao passado.

Seu passado é seu eu, é seu mundo e acima de tudo é seu deus.

Dos cacos ao pó: FractureOnde histórias criam vida. Descubra agora