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Nem em 1 milhão de anos eu conseguiria imaginar o que a garota que me faz perder horas flutuando em pensamentos queria falar pra mim, não sabia se voltava a respirar, andar, falava com o jonny, ia esperar ela no portão ou simplesmente morria ali mesmo, ( sem condição nenhuma morrer antes de falar com ela). Resolvi tomar uma água pra acalmar meu coraçãozinho, minha cabeça a milhão pensando OQUESERAQUEELAQUERCOMIGOOQUESERAQUEELAQUER, tomo a água e vou pro portão, o caminho até la nunca foi tão longo, Kelvin tromba no meu ombro só pra não perder o costume de me provocar, ando e ando mas parece que nunca vou chegar, mas chego, ela ainda não chegou, sempre costumo ver ela indo embora entao sei que ela ainda está falando com as milhares de amigas que ela tem, dois beijinhos no rosto como se nunca mais fossem se ver,  respiro cada vez mais fundo e com certeza meu coração tá a 200bps, ela aparece de fininho por trás e sussurrando diz.

-Bu - eu sem conseguir dizer nada olho assustado e ela diz - Pô Agenor desculpa, não queria assustar, pra resumir e não te atrapalhar, eu queria falar com você, você sempre foi bem quieto na sua, mas eu precisava muito mesmo de um favorzão seu - era de se imaginar, pensei, e ela não parava de falar
- sua mãe é advogada né, a melhor da cidade aliás, eu gostaria demais que você pudesse pedir pra ela resolver um problema pra mim, é bem urgente se não nem pediria pra você.- Ela parou de falar e eu respondi
- Então, é que, você, você precisa ligar pra ela, porque eu não poss.... - Ela me interrompe
- olha a gente é colega desde pequenininho, sei que não falo muito com você, mas ela vai lembrar de mim,  a gente estudou junto alguns anos no fundamental, minha mãe sempre falava com ela, é coisinha fácil, a gente sai qualquer dia se você quiser, - eu não to acreditando nisso, não pode ser real que ela tá me usando pra conseguir um favor da minha mãe.
- ai eu converso com ela e eu mesma falo. - eu todo educado pela mãe que eu tenho respondo
- claro, me passa seu telefone que a gente conversa melhor.

Eu não tô acreditando no que aconteceu agora, chamo o Jonny, explico tudinho e falo - Você algum dia imaginou que isso pudesse acontecer? Cara, eu tenho o número dela, praticamente ela tá combinando de sair comigo..- ele me corta
- a você só pode tá me tirando não é possível, alô, acorda! a menina te usa e você ta feliz porque tem o numero do celular dela que é pra passar pra tua mãe? Eu não mereço o amigo que eu tenho.

Eu sinceramente nem tava ligando muito pra isso, me senti só um pouco mal por ela estar me usando, mas... Eu tinha o número dela e isso realmente mudava tudo. Tudo que eu precisava era me declarar pelo telefone, assim não precisaria olhar pra ela, e o melhor, não gaguejaria ou travaria.

Foi um grande caminho até em casa, pensei em milhões de possibilidades, o que será que aconteceu pra ela precisar pedir pra mim falar com minha mãe, matou alguém será? Impossível, roubou um carro? Não, os pais dariam qualquer coisa pra ela, Bella é maravilhosa, perfeita, nunca erraria, nunca estragaria todos os planos de faculdade, não por qualquer coisa.

Quase estava passando do portão quando percebi que já estava em casa, como iria explicar pra minha mãe que uma amiga pediu pra falar com ela, surgiria um milhão de perguntas.

- Oi Ge, tá dormindo é? - ge é o apelido que minha mãe me deu, pra tentar melhor o nome horrível.
- não mãe,  sabe como é, estudar e estudar, muita coisa na cabeça, aliás, uma colega pediu pra conversar com você, haan.. É alguma coisa de advogado e blá blá, não me explicou direito, tô subindo vou tomar banho, te mando o número.

Ufa enfim, não foi tão difícil, imaginei que seria pior, fugir é uma ótima opção, duvido muito que na janta eu escape, mas tudo bem, muito tempo até lá. Jogo, observo o Twitter e vou dormir um pouquinho. Tive um sonho péssimo, estava no meio de um floresta, de repente fui atacado por centenas de aranhas que gritavam meu nome.

- GEEEEEEEE vem jantar agora!!!!- minha mãe gritou  da cozinha - nunca acordei tão assustado, dei um salto da cama quase quebrando o copo jogado no meio do quarto, não tinha como escapar, ela ia me perguntar da garota, como eu ia explicar pra ela que simplesmente ela virou e perguntou da minha mãe,  nunca iria acreditar. Desci bem calmamente, pra não chamar atenção, mas é impossível, uma casa com apenas duas pessoas, no tinha mesmo como fugir. Como esperado no meio da janta ela  me pergunta da escola.
- então Ge, como foi hoje na escola? Me conta sobre essa garota!- eu sabia que isso ia acontecer.
- então mãe,  ela quer falar com voce, não sei sobre o que, a escola foi extremamente normal como sempre é,  tem um trabalho em grupo pra entregar, tô terminando de fazer, o ônibus parece cada dia mais cheio e estudar parece cada dia mais chato, mas não se preocupa, as notas estão boas como sempre. - ela demorou um tempo pra responder já que eu normalmente não falo muito, mas queria de todo jeito evitar a conversa sobre a Bella, mas ela logo em seguida falou.
- ah, sim, que bom, mas e essa amiga sua? O que ela fez pra precisar falar comigo? E por que pediu pra você?
- ela não explicou, se você puder manda uma mensagem pra ela, por favor.
- Tudo bem, mas me manda o número, que você ainda não me mandou.

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