Capítulo 6

37 7 1
                                    


As coisas entre mim e Francis estavam indo bem por incrível que pareça e depois de todo esse tempo ele tem sido mais gentil e não tem mais se agarrado com Olívia em minha frente, inclusive na festa de noivado de seu irmão mais novo me tirou para dançar e eu senti como seria nossa relação se nossos corações não pertencessem a outras pessoas. Hoje eu entendo claramente o amor que ele sente por ela, pois sinto a mesma coisa em relação à Sebastian, esse instinto de preservação incontrolável a vontade insaciável de estar junto e partilhar cada momento sem a interferência de outras pessoas, o desejo de jogar tudo o que foi planejado desde que nascemos pela janela para viver o amor que arde em nossos corações, no fim das contas eu e Francis temos muito em comum, pois estou virando o mundo e o fundo para ficar junto de meu amado ainda que ele não saiba disso.

Eu dançava calmamente com Francis quando meu olhar encontrou o de Bash no outro lado do salão, ele estava vermelho de ódio e saiu apressado pela porta, meu coração se apertou ao ver a angustia em seu olhar e larguei Francis na hora e corri atrás dele. Eu preciso completar meu plano para ficarmos juntos, mas ele não pode esquecer que eu o amo incondicionalmente e agora preciso explicar de algum modo minha proximidade com Francis para que ele não se sinta pior ainda em relação a nós dois.

O encontrei parado de costas no jardim que estava todo coberto por uma fina camada de gelo e me aproximei calmamente abraçando-o por trás repousando meu rosto em suas costas musculosas exalando seu perfume excêntrico, eu estava doente de saudades dele que não reclamou do meu gesto, mas suspirou exasperado.

- Porquê estava ao lado de Francis como uma noiva devotada se tinha jurado que daria um jeito de ficarmos juntos?

- Tenha paciência comigo querido – Pedi o apertando ainda mais, mas ele se livrou de meu abraço explodindo em ódio.

— Como ter paciência te vendo nos braços de outro toda feliz? Eu te amo, você sabe o que isso significa? – Perguntou e eu podia ver claramente o desespero em sua voz e eu queria tanto poder contar tudo a ele, mas sei que com seu instinto protetor tentaria me impedir.

— Claro que sei Sebastian...

— Não sabe. Cada vez que demonstra afeto por meu irmão meu coração parte, porque ele é o seu prometido e eu sou a segunda opção. Não acho que você esqueceu todos os nossos beijos e nosso noivado, mas acho que pode sim me trocar por um rei... Eu sou um bastardo e você tem um país para governar, deve pensar em seu povo, mas eu sei que isso te deixa infeliz, e sei que vai ser infeliz ao lado do meu irmão porque ele também ama outra pessoa.

— Não fala assim Sebastian, eu te amo e vou honrar meu compromisso com você, mas eu preciso usar artimanhas que seu caráter não aprovariam e você não terá o peso dessa culpa se não deseja isso, mas eu quero você e pode chamar de egoísmo se quiser, mas farei o que for necessário para tê-lo, inclusive forçar esse casamento com Francis. – Respondi brava ainda que as lágrimas insistissem em cair.

— Eu não entendo...

— Não precisa, apenas confie em mim. – Pedi o beijando brevemente antes de voltar para a festa pronta para iniciar a segunda parte de meu plano.

Voltei para a festa e chamei por minhas ladies mentindo que não me sentia bem e queria ajuda, fingi um desmaio em seguida e fui levada para meus aposentos por um guarda. Quando o médico chegou inventei alguns sintomas exagerados e ele recomendou repouso e prometeu que tomando os chás que ele recomendou eu ficaria bem em breve. Eu precisava de um bom motivo para não subir ao altar antes de minha coroação na Inglaterra e doença desconhecida é um álibi perfeito.

Eu fiquei em êxtase quando a notícia que as tropas patrocinadas pelo Papa estavam progredindo na reclamação do trono Inglês e já estavam instaladas na fronteira entre a Inglaterra e a Escócia enquanto eu estava com minha melhor cara de doente, mas não pude disfarçar minha alegria quando a chance de dominar o exército que matou meu pai e sempre quis me matar estava tão próxima, finalmente eu colocaria um basta nesse incomodo.

No mesmo dia fui surpreendida cm Sebastian invadindo meu quarto pela madrugada e me acordando com um carinho leve na bochecha.

- O que faz aqui Bash? – Perguntei meio sonolenta.

- Eu não aguento mais ficar longe de você meu amor – Falou beijando minha mão e colocando em seu peito onde seu coração batia forte e acelerado.

- Não fique, eu te amo e não suporte te ver me ignorando na frente de todos – Reclamei e ele suspirou pesadamente. Eu sinto tanto por estar fazendo ele sofrer nesse momento, juro que queria que as coisas fossem mais fáceis.

- Por favor Mary eu suplico para que desista desse casamento arranjado e fique comigo, pois preciso partir para uma casa na região de Chilly a qual me pertence agora como Marquês e não estarei mais no castelo o tempo todo.

- Não vá Bash, espere mais um pouco. – Pedi o abraçando desesperadamente.

- Eu não quero – Falou me apertando em seus braços e depois olhando em meus olhos. – Mas se você insistir nesse noivado com Francis eu irei, pois não suporto te ver com outro.

Eu entrei em desespero, pois nesse momento em que eu mais preciso mantê-lo a vista para me motivar a seguir com o plano ele ameaça deixar-me, isso é muito injusto. Eu não sei o que farei agora se largarei toda a segurança de meu plano por causa da impaciência dele ou fugirei em nome do amor e trarei ruina ao meu país?

O trono ilegítimo [TERMINADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora