Podia ser pior?

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Lance~

Eu realmente me sinto mal por ter gritado, mas ele mereceu, quem que ele pensa que é pra desperdiçar os sentimentos das pessoas?
Aposto que ele nunca teve dificuldade pra conseguir atingir os sentimentos da pessoa que gosta, Famosinho.
Eu seguia o meu caminho pra casa já pensando em chegar me jogando no sofá pra ver algum filme. Só pra desestressar.
Ótimo daqui a pouco já chego e nada vai atrapalhar a minha tarde, -"HEY, CARA! TÁ VER..."- Eu posso passar um tempo no Jardim també- BZZZZZZZZZ
O quê? Virei pro lado pelo barulho e o único que eu vi foi uma luz branca se aproximando.

Tudo estava escuro mas de vez em quando clarões apareciam em minha visão... Eu via algumas pessoas desesperadas... " MEU DEUS! ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA!"... Meus olhos foram se cerrando... por alguma razão... Eu quero... Dormir.

Keith~

Mas que idiotice! Eu estava todo animado pra discutir um plano e ele me chega com isto. Aí! filosofia isso, poesia aquilo.
- Já chegou, Keith? - A minha mãe saiu da cozinha com seu avental. - Eu estou cozinhando o jantar daqui a pouco estará pronto!
- Tá! Valeu. - Falei subindo pro meu quarto.
A minha mãe é uma boa pessoa - até quis me adotar. Meu pai e meu irmão mais velho são parecidos, cheios de ética e com um bom coração.
Ao subir pro meu quarto comecei a fazer tarefa que tinham passado e era para o dia seguinte! Na minha antiga escola eles davam 1 semana pra fazer tarefa. As coisas com certeza ficaram mais difíceis. Eu fiquei um bom tempo fazendo tarefa.
Enquanto eu estava totalmente concentrado o meu telefone começou a tocar, é claro que eu atendi.
- Alô. -Eu estava fazendo a tarefa então não vi quem tinha me ligado.
- Oi, Keith! Como você está? - Disse a minha empresária.
- Eu estou ótimo! Em uma nova escola, saúde boa, tá tudo maravilhoso. - A última parte eu falei com um tom irônico.
- Ah, que bom! Eu gostaria discutir com você um novo álbum para uma revista, que tal? - Aparentemente ela ignorou a minha clara mentira. Que pessoa legal.
- Claro. Mas a minha mãe tá me chamando pra comer então a gente conversa depois. Tchau!
- Tá bom então. Tchau. - Eu desliguei, não preciso de mais frustações do que eu já tenho.
Eu me levantei e desci as escadas até a sala de estar, onde a minha mãe passava de um lado pro outro colocando a comida na mesa. Era raro ver ela cozinhando, normalmente sou eu ou o meu irmão que cozinhamos já que ela trabalha na polícia fixa meio difícil pra ela parar em casa. É quando meu pai está em casa, que não é tão raro assim, a gente continuando cozinhando, mas ele que arruma a mesa.
- Ah! Meu filho, você chegou na hora certa já estava colocando a comida na mesa. - Ela disse.
- É eu vi, você quer ajuda? - Perguntei com um sorriso suave.
- Seria ótimo, obrigada Keith.
Eu fui até a cozinha e peguei o prato de comida mais pesado que tinha. Uma lasanha, nunca vou me cansar da comida de minha mãe.
Quando fui colocar a lasanha na mesa a porta se abriu e então meu irmão, Shiro, entrou.
- Oi, Shiro! - Ele não estava muito bem, dava de ver nos seus olhos cansados e tristes. - O quê que aconteceu?
- Um problema sério, Keith. - Ele foi direto pro sofá e ligou a TV nas notícias.
- O acidente foi grave, não recebemos informações ainda sobre o ferido. - A jornalista falava séria igualmente a notícia que estava dando, mas por quê o Shiro queria ver a notícia de um acidente? E ainda por cima muito sério.
- O ocorrido aconteceu aqui na cidade de Pelville, na rua Train Bullevart. - Era aqui perto - O ferido é um estudante do ensino médio chamado Lance McKlain.
O mundo parou.
Lance foi atropelado.
- Acabamos de receber notícias sobre o estado deste adolescente, ele está em estado grave e foi levado para o hospital Malboun.
Lance pode morrer.
Eu conheci alguém antes dessa pessoa morrer.
Ele não pode morrer.
Não pode.
Não enquanto temos um plano para executar.
Ele foi o único garoto que não me olhou feio.
Ele foi a única pessoa que não me mandou ir pro inferno, ou que me pediu pra namorar com ele.
Não pode ser.
- Eu acabei de voltar do hospital. - Eu olhei pra ele com os olhos arregalados.
- Você conhece o Lance? - Perguntei.
- Sim, ele é um dos meus amigos. - Shiro disse ainda sério. - Acho que você também conhece ele.
Eu apenas olhei para Shiro que se levantou e foi andando devagarzinho pro seu quarto. Provavelmente pra dormir e tentar se esquecer disso.
Minha mãe apenas observou tudo sem palavras pra dizer ou pra consolar o meu irmão. Ele claramente estava mais abalado que eu.
Eu apenas me sentei na mesa junto com minha mãe, e comecei a comer sem parar de rezar na minha cabeça para que Lance esteja bem.

Shiro ~

Não conseguia dormir, não estava com fome, não estava com vontade de fazer tarefa, ou correr. Eu só queria parar um pouco. Os médicos disseram que apenas teriam resultados amanhã, então eu precisava ir pra casa para nao preocupar a minha mãe. Apenas os autorizados a ficar eram a família de Lance.
Os McKlain choravam, as crianças abraçadas com seus pais. Alguns rezando, e eu só conseguia observar, eu também precisava ser consolado, assim com Hunk, Pidge e Alura.
Eu só estava na cama me lembrando desses pequenos momentos de desespero que ocorreram apenas 2 horas atrás. Só que agora é diferente. Agora não são pequenos momentos. Agora virou um pesadelo completo.
Depois de um tempo meus olhos foram se fechando, ainda com lágrimas nos olhos. E finalmente, eu dormi.

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E então, o que acharam?
Eu espero que tenham gostado, eu me esforcei.
Obrigado por terem lido!

Se Você Fosse Meu - KlanceOnde histórias criam vida. Descubra agora