Três

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Procurei por Trevor depois que as primeiras aulas terminaram, mas eu não o encontrei. Imaginei que o único lugar que ele poderia estar, já que não o encontrava em lugar nenhum, fosse atrás do estacionamento.

Já estava indo pra lá quando Jessica me chamou. Seu sorriso era gigante e ela carregava um livro enorme de biologia nas mãos, uma coisa que era normal para quem estudava Biomedicina como ela... Mas Jessica nunca tinha um livro nas mãos, ela só estudava quando estava entediada.

—Oi. —Sorri para ela —Onde você está indo com essa carinha alegre?

Ela respirou fundo, tentando acalmar a respiração ofegante que tinha por ter corrido até a mim, então sorriu e apontou para o livro.

—Vou ajudar o Kevin com algumas questões para o teste da semana que vem.

—Então agora você virou professora?

Seus olhos rolaram no mesmo instante que vi Kevin Clark se aproximar com um sorriso idiota nos lábios.

—Estamos estudando juntos. —Jess deu de ombros.

—Ei, Jess! —Clark segurou sua cintura por trás de seu corpo e beijou seu pescoço.

Jessica sorriu ainda mais, como se fosse possível.

—Kevin, que bom que você me encontrou a tempo de conhecer a Blair.

Coloquei as mãos na cintura, não estando muito interessada em conhecê-lo. Kevin estava fazendo bem a Jess o que significava que se ele pisasse na bola ela ia passar dias trancada e chorando no nosso apartamento... Eu não confiava nele ainda.

—A famosa Blair White. —Ele estendeu a mão em minha direção e, hesitante, segurei —O Trev falou de você.

Arqueei uma sobrancelha.

—Falou, é? O que exatamente?

Tinha medo de que ele fosse espalhar boatos falsos por aí, sobre eu e ele termos feito sexo. Se isso acontecesse, eu mesma o mataria com as minhas próprias mãos.

—Coisas boas. —Deu de ombros —É bom conhecer a primeira amiga dele. Se você é amiga do Trev, é minha amiga também.

—Ah. —Foi tudo o que consegui dizer antes que ele virasse Jessica e começasse a beija-la bem na minha frente —Eu tenho que ir.

Me virei e corri para longe antes que pudesse ver mais língua do que realmente tinha ali.

Fui para trás do estacionamento e encontrei uma aglomeração bem familiar. Empurrei alguns corpos e consegui ver os dois homens que estavam brigando. O homem de cabelos castanhos estava com a camisa branca coberta com sangue e tinha acabado de levar um soco bem forte no rosto, caindo para trás. Levei as mãos até a boca, assustada. Trevor estava com os olhos frios e estreitos, como se quisesse matar aquele homem. Abri a boca para pedir que ele parasse quando o vi acertar outro soco no queixo do cara, mas fui empurrada para trás, perdendo os dois de vista. Tentei nadar contra as pessoas de novo, chamando o nome de Trevor, mas tudo o que consegui foram pisões e empurrões então, frustrada, caminhei até um banco de pedra e me sentei até que aquela briga estúpida terminasse. Foi aí que ouvi aquela voz absurdamente aguda e olhei para ela. Barbara estava com uma das amigas ao lado enquanto resmungava e marchava em direção ao monte de gente. Ela conseguiu abrir caminho com facilidade até Trevor e o outro homem que naquele momento estava recebendo uma bela gravata dele.

—Da pra soltar ele, Trev? —Barbara gritou —Vocês estão parecendo dois selvagens!

Me levantei e me aproximei. Trevor tinha um sorriso sinistro no rosto, me causou arrepio. Então ele soltou o homem que caiu sentado e, meio tonto, correu dali.

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