Capítulo 2

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Na atualidade.....


Aqueles sonhos nojentos continuam a invadir o meu sono, nos últimos seis anos da minha vida não há uma única noite em que não recorde esses momentos. Em que perdi a minha virgindade aos 16 anos da pior forma que pode haver, em que me roubaram a inocência e a juventude, mataram a menina alegre, otimista que havia em mim, com sonhos de uma família,apaixonar-me, casar ter muitos filhos.... para mim os homens significavam dor, maldade e puro sofrimento, nunca mais confiaria neles nunca.....

    Quando me encontraram naquele sitio no dia seguinte só me lembro de acordar no hospital junto da minha mãe, ela chorava, culpava-se pelo que me acontecera pois segundo ela desde que o meu pai falecera agarrou-se ao trabalho para não enlouquecer e deixou-me a minha própria sorte, mas eu não concordava porque apesar de tudo ela sempre foi o meu apoio em qualquer coisa na vida e eu sempre a amei... 

   Uma semana depois estava recuperada das feridas e de regresso a casa. Comecei por estudar em casa mas tinha que voltar ao colégio, a minha mãe organizou o trabalho de forma a poder levar-me e ir buscar-me à escola pois andar sozinha para mim era ainda muito preocupante tinha inclusive ataques de pânico regularmente, sem contar que o sono era péssimo.

   Quatro meses se passaram e sentia algo diferente em mim. Fortes dores nas costas, todas as manhas acordava enjoada, os meus seios estavam maiores e estranhamente rijos para não falar que estava a engordar apesar da minha falta de apetite. Tentei esconder ao máximo da minha mãe, não queria falar, só queria estar sozinha no meu quarto mas tive que acabar por lhe contar e ela imediatamente levou as mãos a cabeça quando viu o meu corpo....

    - Filipa, porque não falaste comigo antes filha? temos que ir ao medico....

  Ao ouvir o diagnostico senti o chão fugir-me dos pés, não pode ser, grávida, grávida aos dezasseis anos e daquele monstro.... o que fazer, já estava avançado a solução era ter e dar para adoçao, aquele bebê só me lembraria a maldade que fizeram comigo, o que me tinham roubado, nunca poderia ama-lo...

  Assim foi, os meses passaram e tive o meu bebê, ou melhor a minha bebê... era uma menina, tão pequenina, tão frágil, tão linda e sem culpa nenhuma de como foi concebida... ao olhar para ela senti muito amor, amor de lembrar a minha barriga a crescer, as suas sensações e não podia deixa-la nunca, ela era minha, a minha lembrança de como pode haver amor em vida e vontade de viver, sim a partir daquele dia Nonô, Leonor seria a minha razão de viver.....

No ano a seguir recebi um telefonema do hospital, a minha mãe sofrera um acidente de viação  e falecera.... com dezassete anos sozinha e uma menina de um ano para cuidar o que iria fazer para onde iria.......

Uma voz de fundo grita.....

     - Pipa....? Pipa? 

     - Sim, diz, desculpa.....

     - Estou a falar contigo a horas, ouviste algo do que te disse??

     - Desculpa estava a recordar como mais que primas nos tornamos irmãs... de que como me acolheste com a tia e me ajudas-te mesmo depois de ela morrer, Patty adoro-te muito, muito mesmo...

 de que como me acolheste com a tia e me ajudas-te mesmo depois de ela morrer, Patty adoro-te muito, muito mesmo

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