Oi! A mídia é pra mostrar como é a roupa da nossa vampira romena.
Camila
– Foco, Camila, foco – falei para mim mesma.
Mas quanto mais eu me obrigava a ficar concentrada, mais a concentração me escapava. Era como se agarrasse bolhas de sabão que flutuavam no ar. Bolhas cheias de códigos matemáticos e números sem significado. Sinais de adição, subtração, de raiz quadrada girando em volta da minha cabeça. Todos estouravam no segundo em que eu pegava. Estouravam e sumiam.
De algum modo, apesar de faltar a vários treinos, eu tinha conseguido chegar à última rodada da Olimpíada de Matemática de Lebanon, em que competiam os melhores estudantes. Sem canetas. Sem papel. Nem mesmo uma chance de reler as perguntas. Só a moderadora lançando problemas orais e 10 alunos de pé, um tentando responder antes dos outros.
Eu queria muito vencer. Aquela era uma arena onde eu podia brilhar. A gente não precisava ser bonita, nem loira, nem rica como a Kate.
Para com isso, Camila. Você pode chegar ao campeonato estadual se mantiver a cabeça no lugar.
Olhando para o público modesto encostado nas paredes do refeitório, vi o Sr. Jeremy suando no terno de poliéster escolhido para hoje – um marrom acinzentado medonho – e me observando. Ele sorriu e fez o sinal com os polegares para cima. Mason Chang estava lá também, depois de ser eliminado na rodada de velocidade, quando entrou em pânico inexplicavelmente por causa de alguns polinômios rotineiros.
Mason pôs as mãos em concha na boca:
– Não erra – sussurrou, de modo teatral. Como se isso ajudasse.
A moderadora terminou de folhear os papéis.
– Pergunta número dois. Um caixa de banco distraído trocou os dólares pelos centavos quando descontou o cheque de pagamento da Sra. Jones. Depois de comprar uma xícara de café por 50 centavos, a Sra. Jones percebe que tem o triplo do valor do cheque original. Qual é o valor do cheque?
Eu podia fazer isso. Era uma equação diofantina. Isso. Então por que meu cérebro não funcionava?
Quanto mais eu me concentrava e raciocinava, mais indecifrável parecia toda a linguagem das equações. Era como se parte da minha mente estivesse se desligando. Morrendo. Isso havia começado semanas antes, quando passei a me afastar de Scott e me aproximar de Lauren. Para longe da humanidade comum e em direção a um mundo onde o sangue tinha um cheiro delicioso. O cálculo fazia minha cabeça viajar. A álgebra perdia aos poucos a atração. E agora eu estava numa sala cheia de matematletas, em que eu deveria ser uma força dominante, mas, em vez disso, só conseguia pensar: dólares? Café seria uma boa... Onde se pode conseguir uma xícara de café por 50 centavos? Mas eu não queria café. Queria ir para o campeonato estadual. Raciocina Camila... E nenhum pensamento me vinha. Pelo menos não do tipo certo. Será que café ajudaria?
– Não! – berrei, sem nem perceber que tinha falado a palavra em voz alta, até que o salão ficou quieto e silencioso e todas as cabeças se viraram na minha direção.
Comecei a suar como se fosse o Sr. Jeremy num dia de verão, empolgado com um problema envolvendo uma parede alta e o ângulo do sol.
Constrangida. Assim que eu me sentia.
– Foi mal – falei, me dirigindo a todo mundo e a ninguém em particular. Todos continuavam a me olhar: meus concorrentes, meus colegas de equipe, os espectadores. E, assim, saí do lugar designado para mim e fui andando, com o que eu esperava que fosse um pouquinho de dignidade em direção à porta.
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Como se livrar de uma vampira apaixonada (Concluída)
FanfictionCamila Cabello, levava uma vida tranquila no interior da Pensilvânia e esperava ansiosamente pelo início do último ano escolar. Seus planos eram se formar e conseguir uma bolsa de estudos para a faculdade e namorar seu colega Scott Gustin. Mas aí um...