3. A JANELA

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Na janela havia;
Da janela se via;
Ele, a via.

Na janela havia um homem,
Barba comprida, branca, sem cuidado,
Roupas confortáveis, um tênis velho.
Um café.

Da janela, ele via o tempo passar,
Via a rua florir e depois as flores a cair,
Ele via pessoas, sob a janela esfumaçada por seu café,
Via ela, via a rua, vivia.

Ele, o vidro, a via movimento,
Havia meses que se postava ali,
Enquanto sorvia seu café.

Ali via como o seu microuniverso funcionava;
Ali se sentia parte do mundo,
Ele mesmo se via.

Via ela.
Ela, a via.

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