NOAH URREA
Sinto mãos acarenciarem meu rosto e meus cabelos, me fazendo despertar aos poucos.
Ao mesmo tempo em que escuto uma voz desconhecida dizer:
-Noah, temos que ir para o aeroporto.
Fala bem baixinho e sereno, como se não quisesse realmente me acordar.
-Cinco minutinhos...- Digo um tanto quanto manhoso, ainda com os meus olhos fechados.
-Amor... Vamos nos atrasar.
Fala dando vários beijinhos pelo meu rosto.
-Josh?- Pergunto abrindo os olhos aos poucos.
Olho para ele, e o mesmo parece extremamente cansado.
Não fisicamente, mas mentalmente.
Ah não.
Fecho os olhos lembrando-me do que aconteceu a algumas horas atrás. Esperando que isso fosse mudar alguma coisa. Ou até mesmo apagar aquilo tudo da minha mente.
-Acho que só falta a gente descer.- Diz ainda com a voz serena.
-Por que temos que descer?- Pergunto me sentando de frente para o mesmo.
E ainda bem nervoso com tudo o que tinha acontecido em um espaço tão curto de tempo.
Escuto o doce som de sua risada e isso me acalma instantaneamente.
Ao mesmo tempo em que amo todos os efeitos que Josh causa em mim, e todo o poder que ele tem sobre mim. Não consigo parar de pensar o quão ruim isso é. Não era para ser assim.
Ou era?
Era para ele poder me acalmar e me fazer sorrir mesmo quando eu quero matar alguém?
Ele tem esse direito?
Eu tenho esse direito?
Eu realmente posso o ter?
Eu tenho o direito de ter alguém como ele?
Principalmente depois do que aconteceu?
Eu posso ficar em paz com essa merda toda?
Mesmo tentando me levantar, me erguer, o juiz do tempo abriu a contagem. Mas não, dessa vez não foi para me ajudar a esquecer, ou tentar pelo menos. Dessa vez eu conto o tempo para sarar suas lembranças de merda, mas como um dia, eu mesmo te disse Lucas...
"A porra do tempo não cura nada, ele apenas tira o incurável do centro das atenções."
-Temos que ir para o México.- Fala brincalhão.- Já esqueceu?
Pergunta me tirando totalmente dos meus devaneios.
-Eu tinha... Minhas coisas!- Exclamo quase gritando.- Eu não...
-Eu já arrumei tudo, esquecido.- Diz rindo.- E já levei tudo pro saguão.
-Obrigado.
Digo levando minha mão direita ao seu rosto para fazer um carinho.
Mas quando minha mão toca em sua bochecha, sinto algo estranho.
Como se eu não devesse o tocar.
Escuto a voz da Any soando incontrolavelmente em minha cabeça.
"[...] Ele deve ter adorado tudo aquilo. E toda aquela atenção."
E lembranças de um passado não tão distante quanto eu queria, chegam para me torturar ainda mais.
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What Are We Waiting For?
Fiksi Penggemar[...] Quanto mais nos tornávamos amigos, mais e mais eu não queria ser apenas o seu amigo. Entretanto, eu não possuía direito algum para pedir algo a mais dele. Ele estava bem, bem demais para eu o importunar com os meus devaneios tortuosos. #1_Nosh...