Já havia flagrado Rachel e Erik aos beijos mais de uma vez e em todas elas apenas fingiu não ver e saiu do cômodo rindo baixinho. Este era um dos dias.
Lembrava vividamente do sentimento de amar alguém profundamente, sentia saudades de arrepiar apenas com o toque da mão de alguém. De sorrir com o sorriso de alguém. De sentir seu peito esquentar com pequenas palavras.- Olá mais uma vez. - Desta vez o grito foi alto mas ela logo se desculpou e riu de si mesma, quando reconheceu a voz. O príncipe fez questão de sentar ao seu lado na grama. - Toda vez que chego perto de você, se assusta. Sou tão feio assim? - Ela negou veemente com a cabeça e se apressou em explicar.
- De modo algum majestade, é que sempre chega repentinamente sem fazer barulhos e me assusto com a presença repentina de alguém ao meu lado. - Ele fez uma cara feia e ela uma cara duvidosa, não entendendo sua reação.
- Aspen! - Corrigiu e levantou um dedo imitando uma dama. Ana riu. Ele gostava da risada dela, era uma mistura de seus sons preferidos juntos em perfeita harmonia.
Ele também gostava do modo de como sua pele parecia tão macia e delicada, como suas expressões transpareciam inocência. De como seus cabelos escuros se misturavam em seu tom de pele. Ele gostava de como ela não gostava dele por ele ser príncipe, não se entregava de corpo e alma para ele pela coroa.
- Você gosta de pássaros. - Eles conversavam há horas mas elas pareciam passar tão rápido quando eles estava juntos.
- Você não os acha fascinantes? - perguntou olhando para o alto das árvores procurando o ninho que observava antes do príncipe entrar.
- Sim. - Concordou mas continuou olhando para ela. Não sabia bem o por que mas algo dentro dele atraía-o para Ana, como um imã.
- Eles escolhem um par e vivem juntos para sempre. - Sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando a mão do príncipe foi para seu ombro.
- As pessoas também fazem isso na vida real. - E mais uma vez ele procurou o rosto dela, que ainda não olhava diretamente para Aspen.
- Algumas pessoas. Outras nem mesmo tentam. - Suspirou tentando buscar outro assunto, sabia onde aquilo iria acabar. - Você pinta, certo?-
- Sim, é umas das coisas que mais amo fazer, depois de comer. - E mais uma vez o som preferido de Aspen soou, a risada de Ana.
Ana virou finalmente o olhar para o acastanhado e ele sorriu analisando cada pequeno detalhe da outra. Por impulso próprio, seu corpo foi atraído pelo da menina, suas faces ficando cada vez mais próximas.
Eles respiravam no mesmo ritmo mas seus corações pulavam como em uma festa e por mais que Ana não lembrasse de comer insetos no almoço, sentia borboletas no estômago.- Eu preciso ir. - Falou em desespero quando suas bocas estavam a poucos centímetros de distância.
- Espere! - E assim o fez. - Oh, não achei que iria realmente esperar por um momento esqueci...
- O que quer dizer? - Não se virou na direção dele, estava vermelha demais.
- Poderíamos, conversar mais? Digo, como duas pessoas normais em algum lugar apenas nós dois e em uma situação onde não nos encontramos por acaso, de preferência. Eu posso lhe levar flores, de quais gosta?
- Eu prefiro que me leve a semente, não a flor morta! - Se sentiu quase ofendida mas sabia que não era a intenção dele. - Devo ir!
Correu como nunca havia feito antes, seu coração a mil por hora e um sorriso bobo que nunca saia de seus lábios.
Por sorte Rachel estava nos corredores e a procurava.- Onde estava, rodei o palácio enteiro a sua procura? - Perguntou fazendo biquinho quase como um bebê. É claro que ela não havia rodado o palácio inteiro, estava a poucos metros do seu quarto.
- Do que precisa Senhora? - Perguntou ainda sorridente.
- Você está vermelha! Não está com febre? Estava correndo, não é? Você está doente? Precisa se deitar? - Agora Rachel estava tomando conta de Ana.
- Estou bem senhora só estava correndo a procura da senhora. - Mentiu, engolindo seco e tentando se recompor o mais rápido possível.
- Sei....- Rachel cerrou os olhos e a encarrou como se tentasse ler sua alma. - De qualquer maneira... - Mudou de assunto rápido, tomando uma postura séria. - Princesa Ruby, seu marido e sua irmã mais nova Cordélia, estão à caminho do palácio agora mesmo, em poucos dias chegarão aqui. - Tomou ar e colocou a mão na barriga, nervosa. Olhou para baixo tentando conter algo dentro de si. - Quero que arrume meu vestido azul de baile, iremos preparar uma festa para a recepção de todos.
- Princesa, o que aconteceu? - Ana perguntou assim que notou os olhos da sua Senhora se encherem de lágrimas.
- Ana... - Os olhos das duas se encontraram. - Ruby está grávida.
- Perdão? - Piscou os olhos várias vezes, tentando absorver a informação.
- Por favor, diga que entreguem o jantar no meu quarto pois não estou exatamente...disposta neste momento - Houve um silêncio gritante por alguns segundos que pareciam durar para sempre - E você pode encomendar aquele vestido que conversamos para mim?
- Princesa nós ainda precisamos escolher as flores para seu buquê...
- Podemos fazer amanhã? - Ela parecia destruída e prestes a desmoronar. Ana tentou convencer ela em um tom baixo, como uma conversa particular. - Por favor. - A voz de Dianna falhou e a outra garota concordou com a cabeça sorrindo levemente em uma tentativa de reconfortá-la.
[...]
Ana se sentou na cama, já cansada de rodar de um lado para outro na tentativa, claramente falha, de dormir. Suspirou frustrada e decidiu ir buscar água para beber esperançosa que algo sobre aquilo, a caminhada ou o líquido em si, lhe desse sono.
Ruby chegaria ao Palácio pela manhã e Dianna om certeza não estava preparada pela vê-la. Grávida. Ruby, grávida. Aquela informação ainda parecia mentira Ana teve que soltar as palavras em voz alta para digerir e enquanto colocava água em um pequeno copo de cor amarela, a cor do copo dos empregados, ouviu passos até a cozinha.- Clara? - Falou tentando reconhecer os passos e não poderia estar mais errada.
- Eu pareço com ela? - Uma voz grave que surgiu do escuro disse em um tom de humor e Ana até poderia rir se não estivesse completamente assustada.
- O que? Como você...? - E apenas assim, aquela noite se tornou ainda mais complicada.
O de cabelos cacheados apenas foi na direção da menina, colocou uma mão na cintura e a outra segurou a mandíbula dela sugerindo um beijo que não lhe foi negado.
A saudade do dois tomou conta de seus corpos e eles se embrulharam um no outro. E derrepente o tempo, assim como eles dois, eram infinitos.- Você não está aqui de verdade, está?
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Eu postei outro capítulo quem acredita????????? Aliás achei esse bem ruim mas não tenho ideia do que escrever além disso e não se preocupem eu sei que tem muitos nomes nesse ep mas não se preocupem eu vou fazer todad as peças se encaixarem.
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Majesty
Teen FictionGilbert é uma pessoa perfeita onde o seu único problema atual é não ter uma noiva. E Anne que tem vários problemas, entre eles estar perdidamente apaixonada por Gilbert, um príncipe. {AU}