Capítulo 3-E lá se vão mais cabeças

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Bairro centro- Ilha de Unit

Jonhy esperava na sala de entrada do prédio depredado, sob a mira das armas automáticas dos capangas, enquanto balançava seus pés acima do chão como uma criança. Os guardas rodeando o prédio olhavam emburrados, com atenção o convidado, completamente frustados com sua presença. No fim do corredor, murmúrios e gritos ecoavam, se estendendo por todo salão numa sintonia tenebrosa. Uma risada macabra surgiu no ambiente do prédio sujo, e velho coberto de teias e pó, presente dos longos anos em que ele estava de pé.

A estrutura vitoriana do prédio era a mais imponente no bairro central, muitas pessoas da cidade diziam que o centro da ilha era o melhor lugar para se morar. As favelas amontoadas do litoral eram trocadas por antigas casas pichadas e vandalizadas, porém ainda de pé desde o século IX quando os projetos da ilha saíram com a esperança de torna-la uma grande área industrial. A grande cúpula de madeira possuía diversos buracos em seu topo, deixando entrar a luz do sol que iluminava a cidade naquela tarde.

Todo salão era ocupado por homens armados andando pelos corredores, dando risadas e fumando suas bitucas de cigarro e baseado, que poluíam o ar com o odor desagradável. As paredes pichadas e a grande quantidade de lixo espalhado pelo ambiente, transmitiam com uma maior angústia o aspecto sujo e descuidado do lugar. Todo prédio era um laboratório de drogas, o subsolo, preenchido por tonéis químicos e máquinas de operação, e o odor forte da produção que era solto pela cidade por uma pequena tubulação no meio da rua.

Depois de alguns minutos esperando, isolado, Heavy foi escoltado junto a dois guardas armados por um corredor escuro até uma grande porta de madeira enfeitada, da qual ecoava os gritos de ordem. Jonhy atravessou a porta ainda desligado sobre a situação, quando contemplou uma sala cheia de objetos amontoados e empilhados, ocupando todo espaço no ambiente. A sala, de um digno acumulador, era preenchida por tecidos de diversas texturas e cores, dobradas e empilhadas assim como fantasias, roupas, máquinas, objetos e outras tecnologias.

Sentado atrás da mesa estava um homem extravagante, trajando uma jaqueta violeta de couro e um cachecol volumoso enrolado no pescoço. O homem analisou Heavy meticulosamente, analisando seu sorriso amarelo e sua expressão perturbada.

— Que porra é essa?– disse o cafetão ao seu capanga que entrava na sala, se esgueirando nos corredores entre as pilhas de coisas.

— Esse é o cara. Achamos ele tentando vender mais para nossos homens no norte, eles pegaram ele com um desses.– o capanga colocou na mesa um grande frasco com a substância verde com a qual Heavy havia infectado os meliantes antes.

— Pode me explicar que porra é essa?– Perguntou o traficante, sacando seu canivete cromado para intimidar Heavy que permaneceu firme em sua expressão conturbada.

— Eu chamo de suco de semente.– disse Jonhy se aproximando da mesa com um sorriso no rosto enquanto o capanga caminhava lentamente segurando a arma na cintura— Depois em penso num nome melhor.

— O que você é, uma criança? Escuta aqui playboy a ilha não é lugar pra você vender suas merdas, muito menos no território do Big E. Eu cuido da área dele pra que babacas como você não venham aqui achando que são donos da porra toda.

— Não precisa ser tudo, só uma partizinha.

— Tá tirando com minha cara?

— Jamais. Na verdade devo dizer que eu esperei um bom tempo para te conhecer, você faz parte de uma importante peça inicial em meus planos.

Justice II- Halloween Maldito.[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora