Capítulo 8-Big E.

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Corvus caminhava lentamente pelos corredores do salão, carregando grandes pastas debaixo do braço, sempre espionando o local vazio, que era preenchido pelos gritos abafados de agonia que aumentavam a medida que se aproximava do porão da construção.

Ele abriu a porta de entrada violentamente, ainda ouvindo os murmúrios de dor do homem deitado na maca, que passava por uma cirurgia clandestina, sendo operado por um cirurgião no ambiente improvisado. Corvus encarou o cenário com desaprovação, soltando um suspiro de frustração assim que Heavy se virou para encara-lo, desviando a atenção que colocava na operação.

— Ora ora, o passarinho voltou ao ninho.– disse ele abrindo um sorriso bobo.

— Esse é o cara?– perguntou Corvus se referindo ao pobre homem passando pela cirurgia.

— Sim! Nosso Osama Bin Laden versão 2032. Nosso garotão aqui vai estar pronto para partir daqui algumas horas, não é doutor?– o cirurgião assentiu ainda focado em seu trabalho.

O homem na maca estava apenas com uma mordaça em sua boca. Estava claramente dopado e tinha consumido altas doses de morfina antes de começar a operação. O médico abria seu estômago no momento, extremamente cauteloso enquanto começava seu trabalho, sempre sobre os olhares de Heavy, que assistia a carnificina com um saco de pipoca em seu colo.

— Espero que ele esteja mesmo. Big E convocou a reunião. Amanhã de manhã. É bom que seu homem funcione. É bom que seu plano funcione!– ameaçou com seriedade– É a única coisa que garante que não vamos morrer.

— Relax Corvo. Amanhã a tarde, você será um homem livre. E NÓS, seremos os reis dessa cidade.– Heavy abriu um grande sorriso, destacando sua expressão sádica e seus dentes brancos— Se prepare então. Quando isso acontecer estaremos à um passo de iniciar a parte complicada do plano.

— Melhor se preparar, quando colocarmos isso em ação ele virá atrás de nós. Todos viram atrás de nós.– alertou ele, com seus cabelos negros caindo em seu rosto.

— Não se preocupe. Eu me entenderei com "ele". De um louco para outro.

Garagem Waylol- Quartel da justiça
19:46

— Você achou?– perguntou David fazendo esforço, enquanto levantava o supino no canto do recinto.

Waylol estava treinando desde o começo da tarde. Havia faltado na empresa para resolver de uma vez por todas seus assuntos como justiceiro. Arrumou seu traje, reparando alguns pequenos defeitos no uniforme após as patrulhas noturnas, coisas como buracos de bala, cortes no material da armadura e ricos no visor da máscara.

Charles ainda estava sentado em frente ao monitor, monitorando as imagens precárias que eram transmitidas pelas câmeras da cidade.

— Sim! Eu achei!– anunciou animado— Exatamente no centro da ilha. Esse é um antigo prédio presidencial, construído no século IX. Foi desocupado e fechado a uns 6 anos, e depois comprado com a promessa de ser reformado. Agora parece que virou um centro de operações do tráfico.

— Como você o achou?– perguntou se levantando e pendurando a toalha em seu ombro nú.

— Ele foi pego pelas poucas câmeras no local. Dirige um Mustang vinho, estacionado todo dia em frente ao prédio.

— Ok, prepare o traje saímos...

— Não!– interrompeu Charles indignado com a atitude imprudente de David– Deus! Sabe que lugar é esse? Um centro de operações do tráfico de Unit. Um lugar desse distribui drogas para toda cidade. Está lotado de criminosos armados, todo lugar. Pode haver um laboratório inteiro lá. Se entrar lá irá morrer.

Justice II- Halloween Maldito.[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora