Capítulo 17-Relogio da sanidade

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Bairro centro
11:31

Teddy andava pela multidão ainda com seu olhar vazio, perdido em seus pensamentos. A manhã ganhava um aspecto encardido devido ao céu nublado, trazendo ao ambiente um ar tristonho eu meio aos cochichos melancólicos dos policiais espalhados pelo acampamento. Toda a rua era preenchida por viaturas, oficiais fardados, e tendas militares postas em centros estratégicos, para ajudar na patrulha que prosseguia dia e noite. Era dada a hora de uma pequena pausa, e todos se sentavam espalhados pelo acampamento, se organizando ou almoçando, prontos para voltar ao serviço.

— Teddy!– a voz de Peter fez o detetive despertar em seu subconsciente, e logo observou o conhecido se aproximando, ofegante devido ao percurso até encontra-lo— Eu lhe procurei por todo esse maldito lugar, já estava ficando preocupado.

— O que está fazendo aqui?– disse com a voz falha, encarando Peter com surpresa.

— Eu... queria saber como iam as coisas. Saber se a investigação está avançando.

— Pensei que já tinha ido embora desse inferno. Se eu pudesse faria o mesmo.– falou cabisbaixo— O prefeito debandou, assim como metade do departamento. A cidade nem se pode considerar habitável durante a noite, tudo parece estar caindo, e eu? Preciso assistir tudo de mãos atadas.

— Não precisa ser assim. Ainda temos uma chance para lutar. Pumpkin não pode destruir essa cidade assim não fácil, não enquanto ainda estivermos de pé.– a tentativa de conforto de Peter pareceu não surtir efeito no colega, que ainda observava apático o ambiente em sua volta.

— Está vendo alguém de pé aqui? A polícia não pode lidar com toda cidade, não com o apoio que nos dão. E ainda por cima a população só colabora com o caos, saqueando e vandalizando toda cidade.

— Apenas tenha fé, sabe o quanto esse lugar já passou, podemos lidar com isso. Ainda mais se tivermos uma ajuda.– Peter tirou sutilmente o injetor de seu paletó, entregando discretamente para o companheiro. Teddy apenas encarou o objeto, sendo preenchido pela dúvida enquanto comprimia as sombrancelhas.

— O que é isso?– murmurou ele.

— Eu estive trabalhando nos últimos dia com um colaborador amistoso. Conseguimos encontrar uma cura para o veneno de Pumpkin, uma fórmula contrária que inseri no organismo um anticorpo programado para lutar contra os efeitos da droga.– expôs Peter, chocando o colega com a naturalidade que desenvolvia sua explicação— Eu tenho conhecimento de que alguns homens de Pumpkin tem usado a substância para envenenar alguns policiais e cidadãos durante a noite. Creio que isso poderá lhe proteger perante qualquer imprevisto.

— Onde conseguiu isso? Peter...esse seu colaborador amistoso não seria o...vigilante, seria?!– sussurou desapontado.

— Por que você se importa tanto com isso Teddy? Ele só está querendo ajudar, você não sabe de suas intensões.

— Ele é o motivo de estarmos vivendo isso Peter! Desde que ele pôs os pés nessa cidade nós estivemos em uma eterna guerra. Olhe para Headpumpkin por exemplo, algo como isto nunca seria possível se ele não tivesse dado início a essa epidemia, espalhando o caos por esse lugar!

— Não se iluda amigo. Sabe que essa cidade sempre teve um lado negro. Ela nunca foi perfeita. Okay, talvez ele possa ter despertado isso, mas sabe que uma hora ou outra teríamos que lutar contra isso, e nunca conseguiríamos sozinhos.– conscientizou Peter, estendendo o antídoto novamente a Teddy— Apenas leve com você. Sabe que ele quer ajudar, então apenas confie em mim. Por favor.

Teddy encarou o clamor do colega com angústia, nutrindo um grande arrependimento enquanto pegava o objeto da mão do colega, bufando de raiva diante o apelo irresponsável do promotor.

Justice II- Halloween Maldito.[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora