APARTAMENTO
Meus olhos se abrem de repente, quando me viro e olho para o relógio digital vejo que ainda são seis horas da manhã, está um dia cinzento lá fora, estremeço na cama e olho para meu Bruce – sua respiração e lenta e sua expressão serena.
Meus lábios se abrem em um sorriso, tenho vontade de acariciá-lo mais me contenho, não quero acordá-lo, na verdade outra vontade se passa em minha cabeça, hoje quero voltar ao trabalho, mesmo com tudo isso que está acontecendo me sinto inútil, preciso voltar para meus relatórios, analisar minhas planilhas, terminar a organização dos jóias da empresa brasileira, existe tantas coisas para eu fazer – respiro alto – Que ficar presa em casa, apenas deixando o tempo passar me incomoda profundamente.
Levanto-me da cama devagar, agarro meu robie fino de seda branca e vou para a cozinha e pego um pouco de água gelada, minha garganta está seca, quando a mesma transcorre pela minha garganta sinto um alívio maravilhoso.
Olho para o ambiente imaculado e me lembro da adega subterrânea, quando circulo a ilha da cozinha vejo o alçapão em vidro, abro o mesmo com facilidade e logo desço na escada em espiral, a sensação dentro da adega e bem mais agradável.
O lugar estava perfeitamente imaculado, a não ser pela taça de vinho sobre um aparador de aço inox, vi que havia sobre ela alguns papéis de memorando, iguais aos que recebi alguns meses atrás de Bruce, meu corpo arrepia um pouco contando que estou apenas com meu robie, por debaixo minha pele está vulnerável.
Sento-me na cadeira com acento em veludo vermelho sangue, aperto o tecido contra meu corpo.
A caligrafia de Bruce está tremida no papel, existem gotas de vinho marcando as palavras que dizia assim:
Os lábios de Catherine estavam pálidos, ela ainda estava sobre o sedativo do procedimento, mais ainda assim acariciei seus lábios sem vida com os meus, precisava sentir a textura de sua pele e simular esse contato entre nós, eu a amava de todas as formas possíveis, meu coração dói quando eu a vejo naquela cama de hospital, eu sou culpado, se não fosse por mim isto não teria acontecido, só quero que ela saiba, que eu a amo..
O pequeno texto me pareceu inacabado, eram palavras tão profundas, na verdade soava como se nosso amor estivesse sofrido alguma espécie de trauma, Bruce me parecia frágil senti então que eu devia recuperá-lo – ainda olhando para o papel manchado, uma corrente de ar quente correu pela adega, quando subi meu olhar Bruce estava me olhando assustado, seu peito estava nu.
– Catherine? – chamou ele, enquanto descia a escada.
Ele chegou até mim, eu não respondi a seu chamado, me sentia um pouco intrusa por ler seu pequeno desabafo.
– Você leu? – perguntou ele.
– Desculpe, mas estava aqui sobre o aparador, pensei que não houvesse problema, sinto muito.
– Não há problema, escrevi enquanto você estava no hospital, eu estava desolado.
– Imagino como você se sentiu meu amor, mais quero que você deixe isso no passado – me aproximo dele, deixando o papel de lado, nossos corpos se encaixam perfeitamente.
–Estou tentando deixar tudo isso para trás, eu juro para você, mais é que todas as noites alguma coisa vem na minha mente, mostrando minhas falhas e meus erros naquela noite – ela fala com dificuldade, seus olhos se enchendo de dor.
– Você não falhou, não houve erro seu Bruce algumas coisas na vida são assim, não pode controlar, ou simplesmente prever, eu sou sua e agora estamos bem.
Senti seus músculos ficarem tensos, depois ele suspirou ruidosamente e me fitou intensamente.
– Me beije.
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No Êxtase da Libertação.
RomansaCatherine descobriu os segredos de uma grande cidade, mistério, amor, puro êxtase. O seu amor intenso por Bruce Norton a levou a novas descobertas, a união do casal nessa irresistível continuação nunca esteve tão unida e viva. Nesse novo livro vamo...