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Segurem os forninhos porque a coisa aqui não ta fácil não!!!

- Que bom que acordaram...

- Quem é você? E o que quer conosco? - Cristina o interrompeu com a voz grossa.

- Se nota a distância o quanto são iguais e sem paciência!!! - sorriu sarcástico e eles reviraram os olhos. - Mas vamos ao que interessa né?

- E o que viria de você que nos interessaria? - Severiano podia sentir os pulsos arder com aquelas malditas correntes.

O homem o olhou e depois olhou para Cristina.

- Interessaria muito a vocês saber como a linda Consuelo morreu... - a frieza nas palavras fez com que Cristina congelasse. - E em como você Severiano contribuiu em sua morte!!!

Cristina arregalou os olhos e encarou o pai que estava sem reação diante daquelas malditas palavras. Era à hora da verdade e nada de bom poderia sair dali... Como sairia algo de bom dali quando o coração de Cristina já estava adoecido pelo rancor? Como ele poderia se defender diante de um homem que estava ali somente para colocar mais lenha na fogueira?

Cristina o olhava e seu coração acelerado lhe dizia que ele era sim culpado de tudo que aquele homem poderia e iria dizer, ela já não queria justiça para a morte de sua mãe e sim vingança. Severiano depois de alguns segundos assimilou as palavras daquele maldito e com a raiva que estava nem se importou pela dor nos braços e tentou se soltar mais uma vez enquanto gritava.

- Eu não contribui em nada para a morte da minha mulher!!! - gritou. - Maldito!!!

Ele sorriu com o desespero dele e Cristina o encarou, já tinha ódio pelo pai e aquelas palavras a alimentava ainda mais.

- O que sabe? Conte de uma vez!!! - gritou e ele a olhou.

- Você é uma menina muito tola!!! - falou com desdém. - Sabe como seu pai contribuiu com a morte de sua mãe? - jogava com as palavras.

- Você só está dizendo isso porque sabe que ela me odeia e vai acreditar em tudo que disser!!! - gritou com tanto ódio daquele homem. - Sabe que já estou condenado com ou sem suas palavras.

Ele sorriu mais e Cristina sentia vontade de chorar com toda aquela situação, o homem estava ali acusando o pai dela e ela tinha a certeza em seu coração que ele era mesmo o culpado, ela não conseguia ver nada mais que o rancor que sentia por ele e tudo que fosse dito ali não pesaria para o lado positivo, mas sim para o negativo que já estava impregnado em sua alma. O homem ficou de pé e começou a andar por aquele quarto e respirou fundo antes de começar a narrar àquela história.

- Quando Débora conheceu seu pai, ela ficou encantada e o queria para ela de qualquer jeito. - parou os olhando. - Ele é um velho, mas sabia muito bem como conduzir e dar prazer a uma mulher na cama!!! - sorriu sarcástico. - Ela o levou varias e varias vezes para a cama até que o caso já não era mais algo passageiro.

Severiano não se orgulhava de como as coisas tinham se dado com Débora, mas ele tinha se encantado pelo modo como ela era com ele e logo tinha virado uma paixão tão avassaladora que ele não ligava que todos soubessem que ele tinha uma amante. Ele não queria saber de nada além do prazer que tinha com Débora mesmo que sua esposa estivesse sofrendo e logo veio sua morte.

Severiano sabia que ali também iria receber as respostas que tanto procurava e que assim a investigação que tinha pedido a seu amigo policial se encerraria. Ele olhou para Cristina e sentiu tanta tristeza por ter somente o ódio de sua garotinha, mas não a culpava já que tudo apontava para ele e Débora como os assassinos de Consuelo.

- Eu não a matei e você sabe perfeitamente disso!!

- Mas contribuiu!!!

- Por que não para de enrolar e diz logo que foi você e Débora que bolaram esse pleno para matar a minha mulher e ficar com tudo, mas algo deu errado e você a matou!!! - ele cuspiu as palavras.

- Vejo que andou investigando!!! - falou maldoso. - É muito fácil enganar um velho apaixonado!!! - riu mais ainda.

Cristina nada conseguia falar e achou melhor naquele momento apenas ouvir, tinha agora uma outra versão dos fatos e se perguntou pela primeira vez se ele merecia o beneficio da duvida ou se estava ali apenas em uma armação para tirar seu real foco das investigações. Eram tantas teorias que se passavam em sua cabeça, mas em todas ele era culpado.

- Como eu poderia imaginar que tudo não passava de um plano né?!

Cristina então o olhou e disse:

- Talvez porque estava com seu ego tão inchado que não percebeu o que se passava e quando viu já era tarde para voltar atrás e vocês mataram a minha mãe!!!

O homem riu era justamente o que queria e de sua cintura sacou sua arma e apontou para ele e olhou para ela.

- Vamos simplificar a coisa para você querida!!! - engatilhou a arma. - Você o odeia e eu também, então eu vou acabar com seu sofrimento e o meu!!! - sem pena atirou nele e ela arregalou os olhos. - Nossos problemas estão resolvidos agora.

Severiano de imediato levou a mão ao local do tiro e de imediato caiu ao chão desacordado, Cristina no segundo seguinte deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto e ela tentou se soltar, mas não era possível já que estava bem presa. O homem sorriu e a segurou pelo rosto dizendo.

- A morte dele é unicamente culpa tua!! - sorriu adorando aquela tortura. - Seu pai foi somente uma vitima nessa historia toda e ele também iria para o buraco, mas Débora realmente o amava e por isso foi primeiro que ele. - olhou o corpo dele no chão. - Mas agora ele também seguiu para o caminho da luz e a única culpada disso tudo é você!!! - soltou o rosto dela e caminhou para a porta.

- Me solta!! - pediu em desespero. - Ele não pode morrer!!! - as lágrimas gritavam em seu rosto e ele sorriu.

- Aproveite o ultimo respirar de seu pai!!! - e dali se foi sem dar ouvidos aos gritos e suplicas dela para que ele a soltasse.

Cristina olhou seu pai ali jogado no chão e com todo custo ela tentou se soltar, mas em um movimento falso de seu corpo a cadeira virou e tudo ficou escuro quando ela bateu a cabeça...



EU NÃO SEI AMAR - AMFOnde histórias criam vida. Descubra agora