A Garota do Arco e Flecha •Camren•

Prólogo

Carta aberta ao leitor:

"Não sei se foi o primeiro ataque ou a garota da tatuagem que me salvou do zumbido enlouquecedor. Talvez tenha sido a morte de Taylor, ou a série de pesadelos que vieram a seguir. Eu não sei, de fato, como tudo começou, nem dos motivos que me fizeram vir para esse colégio, mas a verdade é que acontecimentos bizarros começaram a atormentar todas as estudantes de Miami Boarding School (MBS). E o pior de tudo é o sentimento de saber que aquilo era só o início.

Mas talvez a garota do arco e flecha possa me salvar, certo? Ou ela queira, no final das contas, me matar de uma vez por todas."

Ass.: Lauren Jauregui

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Prólogo

POV Camila

Encarei o ponto vermelho à minha frente e apontei a flecha em sua direção. Me concentrei apenas naquilo exatamente como papai me ensinara.

Primeiro consertei minha postura. Papai sempre dizia que se manter com as costas no lugar certo fazia toda a diferença. Depois separei os pés colocando-os na posição correta que tanto demorei de aprender. Por minha sorte papai era paciente e dizia que um dia eu aprenderia. Ele não estava errado.

Logo após, relaxei os ombros. Nada de tensão, ele me dizia quase o tempo todo. Em seguida fechei apenas um olho e ajeitei melhor a direção da linha da flecha. Eu acertaria dessa vez, assim como acertei tantas outras vezes. Meu objetivo era o meio pintado de vermelho e eu conseguiria, eu precisava daquilo.

— Vamos, Camila. — papai se pronunciou ao meu lado.

É agora Karla, pensei.

Puxei todo o ar e prendi, essa era a última etapa até eu lançar. Quando liberei o ar preso em meus pulmões, soltei também a flecha que pela primeira vez, sem ajuda de papai, atravessou o ponto vermelho de madeira preso a árvore, exatamente no meio.

Olhei incrédula, mas feliz quando finalmente finalizei meu treinamento daquele dia. Sorri de prontidão e virei para meu pai que sorria para mim também, porém com lágrimas nos olhos. Corri para abraçá-lo enquanto ele soltava uma risada gostosa. Sem dúvidas, papai era minha pessoa preferida na Terra.

— Está de parabéns, filha. Sua mãe se orgulharia demais de você. — colocou as mãos em cada lado do meu rosto e me olhou nos olhos — Está mais que preparada, Camila.

— Para o quê, papai? — franzi o cenho.

— Entre em casa e pegue o lanche em cima da mesa, querida. Quando voltar irei te contar uma coisa.

Concordei com a cabeça e saí correndo e rindo como uma criança inocente de doze anos faz.

Assim que entrei em casa me apressei em pegar o lanche e o suco na geladeira. Eu amava ouvir as histórias de papai e não perdia um momento assim que começava a narrar. Peguei os dois sanduíches na mão direita e o suco na esquerda um pouco desengonçada pela pressa e, assim que cheguei perto da saída, papai abriu a porta com tamanha força que cheguei a derrubar tudo o que tinha em mãos pelo susto que levei.