Capítulo 9 - O Segundo Caso (Parte II)

7 2 0
                                    

POV Lauren

Um baque contra a porta da biblioteca me fez dar um pulo de susto e corri para perto de uma das janelas para caso precisasse fugir. Outro tombo, agora mais forte, empurrou as poltronas deixando uma pequena brecha na entrada. Uma garra negra segurou a porta e começou a arrasta-la. Olhei para os lados a procura de algo para me defender e notei, com desgosto, que a única solução seria pular da janela para não ser morta.

Meu desespero era tão grande que comecei a ficar enjoada e tonta ao mesmo tempo. Olhei para a janela e avistei a torre a alguns metros e pensei que se pulasse dali poderia me esconder por lá, embora a altura me intimidasse muito.

Um alarme de aviso soou em todos os cantos do colégio. Eu torcia para que fosse alguém salvando a gente, torcia que uma solução fosse dada, torcia para aquele pesadelo acabar logo.

- Atenção. A fumaça venenosa será lançada. - a voz robótica falou - Repito. A fumaça venenosa será lançada nos corredores. Estejam todas seguras em salas.

Franzi o cenho e lembrei que Rihanna fez um plano de proteção a invasão. A fumaça derrubaria quem estava nos corredores enquanto as meninas estavam seguras dentro das salas e dormitórios, mas o problema da minha situação toda era que minha porta não estava fechada. E isso só aumentou o meu pânico.

Escutei as criaturas grunirem e gritarem provavelmente por causa do veneno e esperei as tentativas de abrir a porta da biblioteca pararem.

E parou.

Segundos intermináveis de gritos agonizantes me atormentaram. Como se estivesse paralisada, esperei ofegante todas as criaturas morrerem. Até que o silêncio veio; sombrio, quieto e ensurdecedor. Ainda tremia e chorava, sem coragem nenhuma para me mover. Vi, então, uma fumaça verde começar a entrar na biblioteca pela brecha que o animal deixou. Arregalei os olhos e corri para tentar fechar a porta e, nessa tentativa, fui arremessada com força contra uma prateleira de livros quando invadiram o local.

Caí no chão atordoada e senti de imediato minha cabeça doer pelo baque. Duas criaturas grandes entraram na biblioteca se embolando e percebi que elas estavam... brigando?

Comecei a me arrastar devagar porque percebi que elas não haviam notado minha presença ali, mas parei quando a fumaça adentrava no local bloqueando minha passagem. Minha única opção era a janela, onde as duas criaturas brigavam incessantemente.

Uma delas parou e começou a farejar como se percebesse que alguém estava lá com elas. Tudo estava escuro e eu me camuflei atrás de uma estante quando levantei. Eu só precisava abrir a janela e pular, era simples. Mas o medo não fazia meu corpo sentir tranquilidade.

Contei mentalmente de um até três para me encorajar e corri até o vidro, abrindo-o. As criaturas me avistaram quando paralisei com apenas uma perna fora da janela. Uma delas exibiu os dentes afiados e deixou uma saliva cair no chão. Elas me encaravam como quem encara uma presa e deram um passo em minha direção. Seus pelos, negros como a noite, confundia qualquer um com as sombras dali. Seus olhos da mesma cor reluziam um amarelo dourado ao redor da pupila enquanto elas ofegavam sem parar.

Um grito despertou nós três, fazendo nossas cabeças virarem para fora da biblioteca. Era Zendaya.

Aproveitei a distração das criaturas para continuar minha fuga quando percebi que uma delas, na verdade, foi atrás do grito.

Oh-oh.

Voltei para dentro da sala, não sabendo muito bem o que fazer, para tentar salvar minha amiga. Se fôssemos morrer, que não seja por falta de tentativa. O rosnado da outra criatura mostrou para mim que ela não havia ido embora, e agora eu precisava me livrar dela e da fumaça que preenchia cada vez mais a sala. Eu tinha uma vantagem sobre aquilo, pois vi que o veneno atingiu meu oponente e, às vezes, o deixava atordoado, mas não por muito tempo. No entanto, a desvantagem era que a fumaça me atingiria em poucos minutos também.

A Garota do Arco e Flecha •Camren•Onde histórias criam vida. Descubra agora