Capítulo 1- O dia em que as engrenagens do destino começaram a se mover

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- Au! Raios, uma pessoa não pode adormecer sem cair da cama abaixo?

- Damien, horas de acordar, é o teu primeiro dia de aulas, não vais querer chegar atrasado. O que é que estás a fazer deitado no chão?

- Porque é que achas que foi?

Não era preciso dizer mais nada. Clara Whillem sabia muito bem do sono conturbado do seu filho, desde pequeno que ele acordava durante a noite a procurar refúgio com a sua mãe uma vez que George Whillem, o pai dele, viajava muito e voltava raras vezes a casa à custa do seu trabalho como empresário, quantas noites ela perguntara-lhe o que é que o afligia, mas Damien sempre respondia que não sabia. Acordava num estado de ânsia e nervos descomunal mas simplesmente não conseguia lembrar-se da razão.

- Quando chegares a casa vamos conversar sobre esses sonhos, isto já foi longe demais.

-Não é...

-Não me venhas dizer que não é preciso, filho, isto já está além das minhas capacidades como mãe, se calhar é hora de tomarmos medidas drásticas, do que é que estás à espera, que Buda te mande vestir, vá logo que só tens mais 30 minutos.

-Ok.

E ele foi deixado sozinho no quarto com os seus próprios sentimentos. Damien era, em quase todos os aspectos, um adolescente de 16 anos completamente normal de estatura média nem muito forte nem muito magro (apesar de ser muito talentoso em educação física e karaté) com os cabelos curtos louros e uma outra particularidade dele era que ele nascera com heterocromia, ele tem um olho azul quase a desbotar para o roxo, embora fosse quase imperceptível, e o outro olho cor de avelã, para esconder isso (não que fosse um segredo mas ele não gosta de dar nas vistas) ele usava uma lente cor de avelã no olho esquerdo.

Embora ele não soubesse direito o porquê, ele estava nervos para  o primeiro dia de aulas, mas não o nervosismo habitual de um primeiro dia era mais como se...

- Algo fosse acontecer...

- Disseste alguma coisa mano?

Quem acabara de entrar foi o irmão mais novo dele Wiliam Whillem, um rapaz de 11 anos só um pouco mais baixo que o irmão mas que parecia a imagem espelhada dele (à excepção dos olhos)

- Não foi nada Will é só o mano que tá ansioso para o seu primeiro dia no décimo-primeiro ano.

- Quando é que vais parar de te referir a ti mesmo na terceira pessoa quando falas comigo como se fosse um bebé?

E encheu as bochechas numa cara amuada

- Talvez quando parares de fazer essas caras de mimado.

E dito isto esfregou a sua mão no cabelo do mais novo e o dito saiu do quarto não antes de dizer:

- É melhor parares de sonhar acordado e despachares-te, já são 8:20.

-RAIOS!!!!!

-Mas espera, isso não vale o mesmo para ti?

- BOLAS!!!! 

E sai a correr para o seu quarto.

Após isto já devem estar a imaginar a barafunda que foi nos próximos minutos até eles estarem prontos para ir para as suas respectivas escola. E então Damien chegou à escola sem qualquer problema e teve um dia de aulas completamente normal (será que se isso tivesse acontecido os eventos nos próximos anos teriam sido menos dolorosos?).

Ele estava a caminho da escola quando se deparou com um grupo de 3 delinquentes a incomodar uma menina um tanto peculiar, ela deveria ter a mesma idade que ele, era um pouco mais baixa e tinha olhos azuis profundos, mas essa nem se comparava aos seus cabelos completamente azuis celestes. Movido como que por uma força invisível, Damien foi até eles e derrotou os delinquentes um a um com alguns golpes básicos do Karaté e passado um tempo eles fugiram a 7 pés.

-Está tudo bem?

- Sim, estou, não me aconteceu nada de mais.

Ele começou a olhar fixamente para ela ao que ela respondeu:

- Sim são naturais.

- Hã!?

-Hã o quê, estás a tentar fazer cosplay de Harry Potter ou de Percy Jackson? Os meus cabelos são naturalmente azuis.

- Eu nem estava a olhar para ti por causa do cabelo, se queres uma prova, eu mostro-te isto.

Ele tirou a lente e mostrou os seus olhos a ela.

- Estranhos não são?

- Nem por isso, eu os acho lindos.

Ao dizer isso ela cora um pouco.

- É melhor corrermos, vamos chegar super atrasados.

- Verdade, vamos rápido.

Enquanto eles corriam não tinham como saber que as suas linhas de pensamento iam em sentidos semelhantes. Ambos a tentarem se lembrar de algo que acham que estava bem na ponta da língua mas que fora perdido pelo próprio tempo, algo antigo e poderoso, mas por agora e ainda por mais algum tempo não iriam descobrir. Foi nesse dia, nessa primeira corrida, nos primeiros olhares e mais tarde nas apresentações não só naquele local com aqueles dois jovens mas também com mais quatro jovens e uma entidade que haveria ainda de aparecer no tempo certo que as engrenagens do destino começaram a se mover.      

O começo de Caos (titulo temporário)Where stories live. Discover now