Capítulo 5- Um adeus (definitivo?)

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Verdade seja dita, como ele disse que era uma longa história fiquei na expectativa de alguma mínima explicação, mas aquele ser que se parece comigo, fosse quem quer que fosse não me disse nada, sempre que eu perguntava algo sobre ele o mesmo era sempre evasivo e arranjava uma forma de fugir à pergunta.

- Será que alguém vai me dar respostas concretas para as minhas perguntar?!

- Bom, se alguém te deu um prazo, significa que daqui a alguns dias vais ter a tua iniciação.

- A minha quê?

- Vais descobrir amanhã. Tu e...

Ele de repente abre muito os olhos como se tivesse se lembrado de algo.

-Ouve-me com atenção, nosso vínculo estará completo quanto dissermos os nossos nomes um ao outro, não os nomes que nos nomearam, mas os nossos nomes, a essência que nos define e depois tens de me nomear.

-...

- Eu sei que tens muitas perguntas, mas não temos muito tempo até ao dia do anoitecer. Eu prometo que vais receber as tuas explicações ao seu tempo, mas agora peço-te que confies em mim.

Eu ainda ia discutir, mas algo na expressão dele me fez parar, talvez por termos expressões idênticas eu sabia que ele era confiável.

- Quero que te sentes e feches os olhos.

Ele começou uma espécie de cântico.

- Pelo que foi e sempre será, que a essência que supera o tempo, o espaço e o destino nos revele a verdade da corrente que chamamos por existência.

Ele tocou o dedo indicador na minha testa, e movido como que por uma força misteriosa eu fiz o mesmo. A sensação é difícil de explicar, mas o certo é que nunca havia sentido tanta tranquilidade na minha vida. Começaram a aparecer umas imagens na minha cabeça que deduzi serem as memórias dele. Que triste, que solidão, fui cada vez mais fundo das suas vivências que pareciam um túnel sem fim, como se ele estivesse estado cá desde os primórdios do tempo, mas em determinado ponto algo me bloqueou e fui puxado para um sitio que me fazia lembrar o céu estrelado. reparei que estava em forma de espírito e ele também. De alguma forma eu já sabia o que dizer.

- A partir de hoje, somos uma só existência, não existirão segredos entre nós. Tu que carregas o peso do tempo nos ombros, passarás a partilhá-lo comigo, assim como a Luz não pode existir sem as Sombras, eu te nomeio de Shadow, para trazer-mos o mundo de volta ao equilíbrio original.

Ele ajoelhou-se e disse.

- Como Shadow, eu prometo à minha existência compartilhada, nomeada no domínio terreno como Damien Whillem, ser a sua contra parte e compartilhar tudo até ao fim da própria existência. Acompanharei-te como uma sombra como o meu nome indica (ele dá um sorrisinho)

- Até ao fim dos tempos seremos uma existência só, prometemos ao próprio Universo.

Depois disso senti-me voltar para o meu próprio corpo e não senti mais nada.

...

Num plano diferente, o ser solitário, receptor das promessas observa a partir do seu trono os vínculos que se formaram.

- Interessante, vejo que daqui para a frente as coisas vão ser bastante interessantes...

...

- Acorda, Damien, querido, vais te atrasar para a escola.

Lembro-me dos acontecimentos de ontem e de que dia era hoje...

-Mãe, antes de ir para a escola posso falar contigo, com o pai e com o Will?- digo num tom sério.

O começo de Caos (titulo temporário)Where stories live. Discover now