Medo Cegante

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*Cidade de Quioto, 2035

Um cientista trabalhava em uma cura para a doença de seu filho, porém ainda não a encontrara há cinco anos. Seu filho o observava de longe, de trás da porta via seu pai frustrado e enfurecido a cada fracasso. Em seu pensamento passava-se as seguintes e constantes palavras: "por que meu pai nunca tem tempo para mim? Por que todo o dia ele fica nesse laboratório? O que será que ele está fazendo de tão importante?". Curioso para saber, o pequeno garoto entra no laboratório e se aproxima do pai, porém, não consegue entender nada do que via e ainda leva bronca, sendo forçado a sair.

"Mas que inferno!" Pensava em mente, "será que eu terei que perder a única pessoa amada que me restou?" Quebrava tudo o que via em sua frente, cheio de fúria. Ao longe seu filho escutava, e assustado começava a chorar sem entender o que estava acontecendo. "Por que o papai sempre faz isso? Será que ele me odeia por causa da morte da mamãe?" Perguntava-se constantemente, se prendendo dentro de uma dimensão escura, fria e chuvosa. Os demônios o rodeavam, rindo e sussurrando "pecador, você matou sua mãe!", o menino começa a se reprimir em um canto. Com o corpo a cada dia mais debilitado (devido a doença), começa a vomitar sangue, mas seu pai estava muito ocupado para perceber.

No laboratório, continuava trabalhando em uma solução para salvar o seu filho, porém, depois de um tempo, finalmente percebe que estava encurralado. Uma enorme muralha se formou ao seu redor e não importava o quanto ele tentasse a destruir ou escalar, tudo era em vão. "estou com as mãos atadas... só há uma única alternativa, entretanto... é algo que ainda está em desenvolvimento e apresenta grandes perigos à humanidade...", pensava em mente, desesperado ao ver a água que estava abaixo de seus pés chegar até a seu queixo. "Mas o que é a humanidade para mim? Tudo o que importa é o meu filho, e mais nada!" Dizia determinado em colocar toda a existência humana em risco, para salvar apenas um... seu amado filho Brian Thompson.

- Brian, pegue o seu casaco, temos que ir a um lugar - Falava ao sair do laboratório - Brian? Você me ouviu? Estamos saindo, pare de enrolar! - Gritava enfurecido por não ter obtido resposta - Estranho... - Pensava em mente, enquanto procurava o garoto. Foi então que... - Merda! - Exclamava assustado ao ver Brian desmaiado, enquanto ligava para a ambulância.

*Após dois minutos, a ambulância chega

De imediato, pegam Brian e o colocam no veículo. "O paciente perdeu muito sangue e oxigênio, devido a isso, o cérebro reduziu suas atividades, fazendo com que o coração começasse a bater mais fraco e lentamente"

- Não precisam dizer o óbvio, só faça logo o que é necessário e garantam que não haja erros desta vez, pois não os perdoarei! - Ordena enfurecido, deixando-os assustados. Logo após verificar o tipo sanguíneo do garoto, os robôs começam a produzir sangue e a fazer a transfusão. Após meio minuto, o garoto despertou. Em 2033, Brendan Thompson criou uma máquina capaz de produzir glóbulos vermelhos, acreditando que poderia criar um novo tipo sanguíneo que curaria seu filho, entretanto, não obteve sucesso, mas isso é um recurso que atualmente é muito explorado para salvar várias vidas. São raros os casos que os pacientes precisam ir para o hospital, pois com a evolução da medicina as pessoas têm muito mais acesso a equipamentos extremamente úteis. Normalmente, só vão aos postos de saúde para pedir medicamentos, que ainda precisam de autorização médica para os ter.

- Papai, por que eu sou o único entre meus amigos que vive vomitando sangue? Por que eu não tenho forças nas pernas para conseguir chutar uma bola? Sempre que corro um pouco, começo a ficar sem ar, por que? Porque, papai? - Questionava, cheio de amargura e tristeza. Sem saber o que responder, começava a chorar porque também, assim como Brian, Brendan não entendia o motivo de estarem passando por isso.

- Independente de qual for o motivo, irei resolve-lo, eu prometo, Brian! - Dizia abraçando o garoto, enquanto chorava juntamente dele. Então após algumas horas derramando lágrimas na ambulância, Brian dormiu nos braços do pai, que logo o levava para casa para o pôr em sua cama. Após isso, saia de casa determinado a salvar o menino, não poderia descansar até obter sucesso.

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