IV

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Tive que suportar mais um dia de aula, não é das materiais ou dos professores que não gosto é das conversas sem fundamento, coisas banais como aonde eu vou no fim de semana, o que vou fazer depois da aula e para todas as resposta eu digo um sonoro e nem tão agradável para eles ouvir "nada", não vou fazer nada de especial, minha mente anda perdida, meia desorientada mas com muita informação é como se tivesse muita coisa para processar, muitos conceitos novos para assimilar e tantas coisas que quero concertar.

- Aonde... Você... Ehhh - Fernanda começa sem jeito seu olhar é baixo como se estivesse com medo eu lembro que esse olhar me fazia pensar que era verdade que eu era superior, mas hoje esse olhar me incomoda

- Vamos diga. - Dou minha total atenção me girando na cadeira do refeitório a maioria não presta atenção na nossa conversa - Pode falar Fernanda.

- Eu fiz algo de errado-o... - Fernanda fala com medo - Me descul-lpa...

- O que? Não, não que isso Fer? Você tá me deixando preocupada... - digo assustada

- Preocu-pada-a.. - A voz dela falha como em um choro, mas é somente sua voz, e nada mais.

- Me diz o que aconteceu? - pergunto mais firme como é de meu costume.

- Você não... Apareceu...

Ela deixa a voz morrer no silêncio, o som do refeitório com varias pessoas conversando, andando, rindo se fazem mais presente aos meus ouvidos.

- Me desculpa tá? - digo sabendo do que ela está falando, ela pensa que não foi na casa dela ontem por está irritada com ela de alguma forma - Não deu para ir, só isso... Na próxima da certo- digo com um dar de ombro "ou não" completo para mim.

- Jura, que não tá zangada comigo? - Fernanda segura minha mão com força, isso me assusta. - Jura Sá...

- Claro... - digo o mais duro e insensível possível falo com eu falaria em outro tempo passado, isso parece convence a garota que me sorrir normal como sempre, só com a boca nunca com os olhos. - Até depois linda. - Digo com um sorriso simples fugindo da mesa do refeitório.

Deixo a confusão de muitas vozes falando ao mesmo tempo, para o silêncio nerd no laboratório de informática, respiro o ar frio do ar condicionado para acalmar o pulsar do meu coração, não gosto de fingir que sou o que eu era, não gosto de tratar as pessoas com rispidez não é agradável, não gosto de ter que fingir que não me importo com os sorrisos emoldurados sem verdade alguma, os mesmos que eu já usei com todos.

- O que faz aqui? - Ícaro fala quanto nota minha presença tem poucas pessoas na sala. Analiso seu sorriso tímido enquanto espera minha resposta, ele abaixa a vista sem jeito mas quanto a levanta na minha direção novamente vejo que seus olhos sorrir junto com seus lábios finos. - Você está bem?

- Não, eu não tô bem... - Digo a verdade continuo em pé junto da porta com antes não me movo

- Tá sentindo o que?! - Ícaro de um passo rápido fica na minha frente ele analisa meu rosto, - Tá tonta? Com dor? Tomou algo remédio? Quer ir na enfermaria?

- Não, não... Eu.. - digo tentado respirar,

- Senta um pouco Jim. - Ele diz rápido, ele faz menção de me segura pelo braço, me levar até a cadeira mais próxima  mas desisti recuando a centímetros de mim, franzi o cenho por um segundo não entendo sua reação.

- Eu tô bem. - digo para ele aliviar a expressão de pânico

- Tá mentindo e você sabe. - Ícaro rebate, solto o ar devagar.

- Tá fazendo o que aqui? - Pergunto olhando em volta, conto três pessoas na sala. - Cadê todo mundo que sempre tá aqui neste horário? - Pergunto para mudar de assusto, apoio meus braços na mesa grande, a mesa do professor por assim dizer, Ícaro da a volta ocupando a cadeira na frente no computador eu o observo deixar os ombros caírem diminuindo a tensão.

O Brilho da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora