XIII

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Se passou duas semanas, duas semanas sem Ícaro Guerra, ele não foi a escola, não foi a biblioteca, não foi a praia, não foi em nenhuma cafeteria nem as de perto do bairro onde ele mora, sim eu fui nas próxima e perguntei pelo garoto, ele não saiu de casa.

As vezes encontro Fabiane nos corredores mas ela não me deixa falar, isso me mata por dentro, David pouco fala comigo, ele fez o que mandei o OBlog escreveu uma retratação a altura, agora o foco do canal é ridicularizar o baile e o sistema, não dou tanta atenção, me afastei de vez das minhas "amigas" ainda falo com elas óbvio, mas ela pararam de querer me forçar ir ao shopping com elas, agradeço de coração por isso. Samira nossa relação está se tornando tal como é com o meus pais, distante mesmo estando na mesma casa, isso dói, mas é uma dor que suporto por enquanto, afinal saber que Ícaro não quer sair de casa doe mais.

- Cobra. - ouço não dou atenção, afinal quem me chama assim não quer minha amizade, ignoro o que a pessoa fala enquando tento organizar meu armário, as aulas já terminaram por hoje e fiquei para fazer exatamente isso, tá um lixão aqui dentro. - Vamos logo Sabrina olha para mim poxa!

- Meu Deus! - digo em um susto, Fabiane encara a parede de armários verdes atrás de mim - Fabiane o que-e... Como-o...

- Okay, vim dizer... Então vou dizer... - Ele recomeça cruzando os braços, paraliso lhe dando total atenção. - Ícaro que ver.... O sol nascer...

Mexo no meu cabelo longo impaciente, entendo o que ela falou mas não sei onde eu entro nesta história, ele só precisa abri as janelas na hora certa, não é mesmo?

- Ele quer ver das montanhas.... - Fabiane fala com dor, isso me incomoda e assusta ao mesmo tempo

- Ele precisa de mim... Para ir a uma montanha? - falo confusa, volto a tirar coisas do meu armário, certo que não tenho motivos para ficar irritada com o Ícaro, mas eu tenho o direito.

- Ele não quer ir sozinho... E não quer ir com mais ninguém... - Fabiane muda o peso de um pé para o outro incomodada com minha resistência - Qual é sua cobra asiática, dias atrás você quase me matou porque não te falei como estava o meu irmão... Agora que ele quer te ver...

- Acha mesmo que ele não me magoou quando se afastou de mim?! - digo encaro meu armário quase limpo - Ele não queria me ver! Mas sabe de uma coisa Fabiane? Eu queria ver-lo! Foram duas semanas, Duas semanas Fabiane! - Empurro os livros para dentro do armário limpo, fecho com força fazendo um barulho alto, puxo o saco de lixo com raiva como se ele fosse o culpado coloco ele na lixeira mais próxima, tento me acalmar, volto para meu armário onde deixaria minha mochila jogada, Fabiane ainda está lá encostada no corrimão.

- Então? - Fabiane começa seria.

- Vou buscar-lo pouco antes da meia noite. - Pego minha mochila dando as costas a ela.

°°°°

Chamei um Uber, motorista esse que acabou se tornando meu guia pela as ruas arredores do bairro de Ícaro, chamo ele direito pelo número dele, que já considero um amigo, espero ele terminar uma corrida pelo aplicativo, e enfim ele para na minha casa.

- Aonde vai a essa hora moça? - Ele diz engraçado, Danilo é seu nome um cara que prefere trabalhar a tarde e a noite envés de pela manhã, segundo ele tem insônia e nada melhor que dirigir pela cidade.

- Vamos pegar o Ícaro. - Digo enquanto entro no banco detrás nestas duas semanas ele já sabe um pouco sobre esse "nós" - E depois vamos a Lira...

- Essa hora?! - Ele diz saindo com o carro

- Vamos logo, eu tô pagando.

O Brilho da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora