• Capítulo 20 •

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Dois meses depois

Vitória🐚

Maurício: Piranha, eu não acredito que te criei para você virar uma piranha e se envolver com aquele traficante de merda! Eu tenho nojo e vergonha de você, vergonha de admitir que tenho uma filha que se envolve com tráfico.

Vitória: Pai...foi muito rápido, foi a vontade que falou mais alto. Eu gosto de lá, dos meus amigos!

Maurício: Do traficante né.

Vitória: Também, lá pelo menos eu recebi atenção e amor, mais do que eu não recebia aqui. Lá pelo menos eu era feliz, aqui eu vivo infeliz.

Maurício: Pois então, que vá embora, saia da minha casa eu não quero ter uma filha que se envolve com bandido. Mas fique sabendo que eu vou cortar seu cartão de crédito e não vou mais pagar sua faculdade e que você se vire com esses dinheiros do tráfico.

Vitória: Não acredito que você está fazendo isso...

Maurício: Mais uma coisa, eu vou fazer justiça contra aquele traficante. Ele ainda vai parar na prisão e você vai junto por estar apoiando ele.

Ele não falou mais nada e abriu a porta do seu escritório, engoli seco limpando minhas lágrimas, sai dali e ele fechou a porta batendo.

Subi para meu quarto e sentei na cama chorando.

Eu não me arrependo de nada do que eu fiz, meu pai descobriu através de mim mesma. Ele me viu com Henrique na beira da praia juntos, foi mó confusão. Henrique teve que fugir.

Eu não vejo ele desde ontem, nem sei se ele está bem.

Depois de arrumar a última mala olhei para o porta retrato meu e da minha mãe em cima da minha cômoda. Saudades dela, se ela estivesse aqui tudo estaria mais fácil, sei que ela estaria do meu lado.

Guardei na minha mochila, coloquei nas costas e pego as duas malas na mão descendo do meu quarto.

Passei pela sala encarando meu pai que me encarava também seriamente.

Vitória: Espero que um dia me perdoe- ele virou a cara.

Fui na direção da saída, coloque minhas malas no porta malas e entrei no carro.

Liguei o mesmo e sai na direção do morro, eu precisava ir para lá, o único lugar que eu tinha. Meu pai vendeu o apartamento que eu tinha, ele cortou tudo meu.

Pelo menos o carro ficou comigo.

Parei o carro em frente a casa do Henrique, entrei com minhas malas e vi Kauã e Carol na sala.

Kauã: Vitória?

Vitória: Cadê seu pai?- ele apontou a cabeça para a cozinha.

Deixei as malas no canto da sala, junto com minha mochila, fui até a cozinha.

Henrique conversava com sua mãe.

Lobão: Até que enfim!- ele me olhou e vou até o mesmo lhe abraçando fortemente e me permitindo chorar- Qual é gata? Tá chorando por que?

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