Prólogo

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Prólogo


Escrito por

 @uchihasouza

@Flor_Akatsuki


"Assassinos são homens maus dentro de homens bonzinhos."

- Javie Donpardon


Rússia

Sinto nas veias o líquido viscoso e com tons de vermelhos, aquele que jorra sem parar quando atingido de forma certeira. O sangue ainda quente e cheio de adrenalina fazendo o trajeto devido em minha veias. 

Toda tensão e alívio que se emana dos meus poros, a gotícula de suor que desce entre o vão de minha costa. Meu lábio inferior que aparentemente se torna mais seco do que o habitual, minha respiração atinge freneticamente um ritmo bom e constante. Provando que ainda posso ter uma vida, mas não sei até quando.

Não sei onde minha vida foi dar essa curva, da qual estou prestes encarar e por fim chegar na linha de chegada. Minha última corrida, essa será. Sairei com mais uma vitória, porém, os pensamentos me traem para meu passado.

Quando foi que tudo ficou tão vazio? Quando eu me tornei essa espécie fria? Não sinto nada, é tão inerte. Chega ser penosos meus dias, sinto os cheiros. Cigarro, drogas, bebidas e os sons. Uma boa quantidade de pessoas existentes fora, mas aqui estou eu. Só.

Direciono meu olhar pelo retrovisor vejo o outro Mustang bem atrás, enquanto eu acabei de passar na linha de chegada. Quando sinto meus pés pararem de se mover, a adrenalina que recorria agora apenas exala.

Os gritos ecoam pelo lugar, batidas pela lataria do meu querido "bebezinho" que já sinto. É dentre esses minutos que me sinto um pouco viva, a atmosfera é vibrante, os tons de vozes são vários e amplos. Sei que todos estão na expectativa que eu vá sair e comemorar. Mas alguns me conhecem, sabem que aquela foi minha deixa. Hoje oficialmente estou aposentando meus dias de rachas.

Um pedido meio cômico da Tsunade, mas a boa causa que irei me mudar.  Aqui ainda sentada, curtindo mais um pouco de tudo isso. Lembro-me quando cheguei por aqui, meio sem rumo. Tudo recente, uma Sakura totalmente quebrada ou posso falar que morta.

Onde ficava observando ao longe os mais riquinhos exibindo seus carros importados, tunados, quantos cavalos, motores, sons automotivos, nitros, uma verdadeira batalha de egos ou seja como chamam "paixão de carro". Na minha visão era apenas egos e mais dinheiros, mas quem sou para falar ao contrário?

Foram semanas enquanto eu fugia do meu passado. Eu encontrava-me aqui, ouvindo, vendo, outras vidas que com toda certeza são mais tranquilas que a minha. Até que chegou um dia que alguém me observou, lembro do seu cabelo vermelho caminhando até onde estava. Não falei nada, apenas encarei. Aprendi não abaixar a cabeça e assim o fiz.

Ele também não baixava, era agora uma guerra de quem iria se submeter ao outro primeiro. Não falávamos nada, até que estendeu uma garrafa de algum líquido desconhecido. Logo tratei de recusar, foi auditivo sua risada. Era calma, mas fria. Ele jogou uma chave e inclinou a cabeça. Não sabia o que estava acontecendo, apenas que tudo aquilo indicava. Era um desafio. E aí foi como tudo aconteceu no meio desse mundo prazeroso e perigoso.

Abro a porta escutando os gritos, era vibrante o quanto gritavam todas as vezes pela Rosa-Cruz.

Ele chegou ao meu lado e logo fez nosso aperto de mão e tratei de me curvar. Pronto, agora estava feito. Tudo deveria ficar aqui, tudo deve ficar para trás. Porque o que aconteceu na Rússia, ficará na Rússia. Muitos ficaram sem entender, mas ele e eu sabia o que significava. Meus dias nos rachas teve um ponto final.

A herdeira da máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora