Dois

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Capítulo 2 


Escritor por 

@uchihasouza

@Flor_ Akastsuki


"Os tempos mudam, e aqueles que mudam com ele, sobrevivem."



Para tudo se tem a primeira vez.

Assim creio que seja, uma primeira vez para tudo. Desde que nascemos a única certeza é que um dia vamos morrer, mas não estamos com manual em mãos para saber como ou quando agir ao longo dessa estrada chamada vida.

Então às primeiras vezes de tudo, causa sentimentos estranhos e confusos. Não lembro como foi meu primeiro sorriso, minha primeira palavra tenho recordação apenas do que minha mãe contava.

Não sei quando foi o meu primeiro passo, mas meu papa sempre falava com orgulho que foi aos onzes meses. Referente a isso, uma dor instala novamente no vão do meu diafragma e estômago. Talvez seja saudade.

Preparada para meu primeiro dia hoje, na realidade que não estava. Assim como naquele dia que dei meu primeiro tiro, até hoje não sei como ou onde tirei forças para tomar aquele tipo de atitude e muitos menos como sobressai daquela situação.


Agora sou embalada pela música calma que ecoa pelo carro da tia Tsnudade, observando atenta o caminho percorrido. Os estabelecimentos, as ruas, as pessoas, calmaria e correria. Itália parece um lugar tranquilo e ao mesmo tempo transpira sofisticação. Meus pés que portam o velho allstar tomam ritmo por si, juntamente com a melodia.

O sol se esconde entre as nuvens, meu cabelo solto que envolviam um pouco entre meus dedos. O indicador faz um trabalho processando os comandos de enrolar aqueles fios rosas, meu corpo coberto por uma calça preta e uma blusa de manga longa com capuz da mesma cor. Não arriscaria muitos encarar as cicatrizes logo no primeiro dia, não quero essa atenção ou os barulhinhos irritantes de quem sou eu ou como adquiri todas aquelas marcas.

Sei que atenção voltada é para meus olhos ou o cabelo. Até mesmo no jardim de infância quando vestia vestidos coloridos e delicados era assim. Hoje sou uma mulher que prefiro apenas me esconder e quem sabe assim, passar um pouco sem ser notada.

A primeira vez, primeiro dia na faculdade no curso de Medicina.

Depois de tudo que passei, apenas quero por algum motivo salvar vidas. Assim como tantas vezes fui salva. Entre clínicas de reabilitação, médicos, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, auxiliares e técnicos. Resolvi que queria existir de um modo diferente.

Aprendi que viver e existir são tão diferentes.

Como água não mistura ao óleo.


Eu apenas existo, não vivo. Viver é um privilégio, do qual foi tirado há muito tempo atrás. Aos meus oitos anos, matei alguém. Não sinta pena, pena é o pior sentimento que alguém pode sentir. Atravessando a janela, sinto os primeiros raios de sol. Alguns poucos que são notórios na temperatura que o ambiente permite.


Não tenho muitos sentimentos, mas os de hoje são de ansiedade. Gostaria de poder conversar com mama ou papa. Eles estariam felizes ou não. Papa sempre quis que eu fosse mais do que isso, tenho certeza. Sempre falavam do quanto sou um rainha, mortos não sabem da metade pelo que passei.



— Veja só, Alla fine la principessa Haruno si svegliò. Oh, come stai, Bella, mia cara, é uma pena o que vamos ter que fazer com você. Mas são ordens extremas e diretas dele.

A herdeira da máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora