Capítulo 33

16.9K 1.3K 69
                                    

— Sua vadia inútil! — Amélia gritava aos berros perto da catatônica Genevieve,que apenas acatava suas ordens e fazia tudo que a mesma queria. Como uma boneca,um robô.

Enzo permanecia calado,como sempre. Já não mais amarrado,ele ficava parado em frente a janela do covil encarando a mata da floresta,pensativo. As vezes Amélia temia por achar que Enzo fugiria a qualquer momento daquele lugar,mas cada minuto ele demonstra estar mais e mais envolvido com a magia que agora está dentro de seu corpo,em constante efeito.

Durante a noite,Enzo parecia planejar as melhores e piores formas de matar sua fiel inimiga: Elizabeth Morningstar. Que mesmo no fundo de seu peito Enzo estranhando este nome,sentindo uma sensação diferente ao ouvi-lo,ainda assim, irá seguir as ordens de sua protetora e executar esta mulher a sangue frio. Não a conhecia,mas parecia saber exatamente tudo sobre ela,assim como sabia que não possuia motivos para matá-la,mas tinha que fazê-lo.

Genevieve estava em um completo estado vegetativo,parecia estar em coma mesmo estando acordada. A magia instalada em seu corpo teve o efeito contrário do que Amélia desejava. Genevieve fazia sim tudo que ela queria,porém,em consequência disto e pela falta de sua língua, Genevieve não está mais apta para efetuar seu papel principal no sacrifício: ressussitar Amélia usando as palavras corretas do feitiço.

— Eu vou te queimar viva,está me ouvindo? É melhor você começar a tentar este maldito feitiço antes que eu mande pedaços de você para seus avós! — Amélia gritou mais uma vez,dessa vez pegando Genevieve pelos braços e a arrastando até a mesa velha do covil,onde estava os diversos livros que continham os feitiços que Genevieve deveria estudar.

A garota assustada, obediente e sem reação. Apenas se encolheu na cadeira e agarrou um livro de magia com força,sem resmungar completamente nada e sem nem mesmo piscar.

Enzo virou-se,encarando Amélia com seus olhos frios e depois desviando seus olhos para Genevieve.

— Deixe-a ir. — Ele disse. Quase como em um sussurro mas foi o suficiente para Amélia o encarar perplexa.

Ela caminhou até ele,pegando seu rosto em suas mãos e o encarando nos olhos,tudo que menos queria neste momento eram vestígios do “verdadeiro” Enzo.

— Deixe-a ir,Amélia. A garota está assustada e há dias que não come. Ela não irá nos ajudar em nada mais. — Enzo repetiu,retirando lentamente as mãos de Amélia de seu rosto. Enzo a reconhecia como sua protetora,mas do que ela o protegeu? E por que mesmo assim,sabendo disto,ele se sente tão mau por estar perto desta mulher?

Amélia suspirou e concordou a contragosto,afinal,ainda faltava dois dias para a Lua cheia e até lá com toda certeza garantiria alguma bruxa idiota para fazer o feitiço. Ela então clamou por Edmund,que logo saiu de dentro da floresta com lenhas em suas costas e dois coelhos mortos, ensanguentados,nas mãos.

— Trouxe o jantar. — ele disse,jogando as lenhas no chão e os coelhos em cima de outro mesa velha do covil.

— Leve esta feiticeira até o limite da fronteira da floresta com a cidade. Apenas a deixe lá sozinha e volte,não podemos nos arriscar muito. — Amélia disse,sem dar tempo de Edmund questionar,até por que não adiantaria,ali quem mandava era ela.

Genevieve piscou lentamente,rasgando uma página do livro de magia lentamente quando de repente foi puxada pelos cabelos. O papel foi rasgado mas ainda deu tempo de colocar dentro de sua roupa sem que Edmund visse. Genevieve tristonha,olhou para Enzo,ele mesmo sem saber a estava salvando.

O estado catatônico de Genevieve realmente existiu,pelo menos durante alguns dias. Mas após isso a magia foi se dissipando de seu corpo conforme ela tentava cada vez mais efetuar feitiços em si mesma,para repelir a magia que Amélia lhe injetou,até o dia que melhorou e resolveu apenas “fingir” que ainda estava daquela forma. Foi um verdadeiro inferno,teve que aguentar piadinhas sobre ela por parte de Edmund,teve que aturar as gritarias e puxões de Amélia e acima de tudo,teve que assistir Enzo a cada dia mais se envolvendo na vida daquela cobra,fazendo tudo que ela mandava como um cachorrinho na coleira. Era triste.

Edmund brutalmente depois de algumas horas deixou Genevieve perto da cidade,onde a floresta acabava. Ela esperou algumas horas,ainda assim,para depois ir seguindo as cegas o caminho para a alcatéia,queria encontrar Elizabeth o quanto antes,precisava impedir que Enzo a matasse e se arrependesse pelo resto da vida.

Genevieve caminhou por horas à fio,sem parar um só segundo para descansar ou até mesmo beber ou comer algo. Estava faminta,sedenta,cansada,mas não parou até que finalmente avistou a entrada da alcatéia e também uma grande movimentação por lá.

Com os pés sangrando,machucados e o corpo repleto de suor e desidratação, Genevieve tentou correr até a alcatéia mas caiu ao tentar. Gemeu de dor,mas na verdade queria gritar.

— Alguém está aqui. — Ela ouviu uma voz rouca e masculina dizer. Em uma velocidade sobrenatural alguém se aproximou dela,a encarando caída no chão. — Quem é você? — ele perguntou.

Genevieve não culpava Elizabeth pelo o que tinha feito,sabia que tudo não passava de um mero plano maligno de Amélia,mas ainda assim,era dificultoso para ela tentar conversar. Sim,ela conseguia aos poucos falar algo,as vezes quase inaudível,mas conseguia.

— Eliz....— Genevieve murmurou. Hart a encarando curioso a pegou nos braços,usando novamente sua velocidade para carregá-la até onde todos já estavam prontos para sair a procura da bruxa.

Assim que viu Genevieve, Elizabeth correu ao seu encontro. Gritando por seus lobos para que trouxessem a caixa de primeiros socorros e muita água. Todos estavam perplexos com o estado da garota,decadente.

Hart colocou Genevieve no chão,dessa vez mais acomodada e devagar. Elizabeth ajoelhou-se perto dela.

— Genevieve escute,eu e quase todos da alcatéia estamos indo procurar por Amélia,esta bem? Vamos encontrá-la e eu preciso que você...

Elizabeth foi interrompida com o choro compulsivo de Genevieve,ela murmurava,tentava gritar algo que ninguém conseguia entender. Elizabeth sem saber o que fazer apenas se jogou contra o corpo daquela garota,a abraçando forte. Afagou seus cabelos,tentando deixá-la mais calma.

— Enzo... Matar...você. — Genevieve sussurrou no ouvido de Elizabeth. Elizabeth franziu a sobrancelha desfazendo o abraço e encarando a feiticeira nos olhos. O que ela quis dizer?

Elizabeth lançou um olhar para Hart e todos que as rodeavam.

— Você está dizendo que Enzo quer me matar? Não, não acho que esteja certa. — Elizabeth respondeu quase rindo da piada que Genevieve fez. Porém Genevieve discordou com a cabeça.

— Enzo...matar...você. — Repetiu. Hart se aproximou de Genevieve.

— Elizabeth,qual a probabilidade de Enzo estar sob efeito de magia de Amélia? — Hart disse. Genevieve concordou rapidamente assim que o ouviu constatar. Elizabeth suspirou se levantando e colocando as mãos na cabeça.

— Elizabeth não podemos deixar que Enzo a mate,você sabe disso. — Um dos lobos disse.

— E o que vamos fazer? Sacrificar meu companheiro?

— E o que vamos fazer? Sacrificar meu companheiro?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


[+18] Ela Pertence ao Supremo                CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora