CAPÍTULO 28 - POV NAYARA

255 65 9
                                    

                  Meu irmão leva alguns minutos mudo ao fim do meu relato sobre minha história com seu cunhado, chego a pensar que a linha caiu ou ele, sei lá, infartou com o choque de tudo que ouviu, mas logo ouço um palavrão indicando que ele permanece vivo e na linha. Porém, logo após o palavrão Max segue mudo, pelo jeito ele precisa de muito tempo para digerir tudo que contei e decidir se fiquei completamente louca, fiz bem em seguir meu coração ou na hipótese mais aceitável ele só não deve ter acreditado que logo eu fui capaz de casar assim. Não sou conhecida por decisões impulsivas.

        Às vezes nem eu acredito que fiz isso, casei em Las Vegas com um Oliveira e foi um cover do Elvis quem me levou ao alta, abrir mão até de uma festa enorme e consequentemente da minha família, não que eu já não tenha acostumado com a falta deles em tudo que é importante para mim, porque já acostumei, o que de certa forma é triste, contudo lá enquanto eu caminhava até meu noivo no altar foi tudo mágico, foi incrível e me sentir tão bem que foi como se no mundo só existisse Ricky e eu sem espaço para brigas e confusões. Creio que ele sentia a mesma coisa.

          Olho para aliança em meu dedo, que eu e Ricky sempre usamos em segredo, lembrando como é bom acordar e admirar toda manhã o homem adormecido ao meu lado. Acordar na mesma cama que Ricky casada com ele faz todas as loucuras valerem a pena e o "segundo" casamento nosso não é apenas para agradar a família e sim para gritar ao mundo que estamos juntos oficialmente e vamos continuar mesmo cientes que alguém pode não gostar.

        Sorrio para o objeto no meu dedo lembrando do homem que a colocou aqui e o qual é dono do meu amor e espero que entendam nosso ato. Espero que ao menos meu irmão volte a falar pois meu braço já doeu de segurar o aparelho próximo a minha orelha.

— Caralho — ouço novamente o palavrão e já começava a achar que Max perdeu a capacitada de falar outra coisa quando ele completa — Casou em Vegas sem convidar ninguém? — Já penso na resposta para um possível sermão, mas ouço ele rir — Eu te venero, se estivesse aqui eu beijaria seus pés. Quero foto da cara do papai quando ficar sabendo.

— É sério Max.

— Eu nunca falei tão sério na vida. A foto será até a nova estampa do sofá daqui de casa e da minha cama.

— Ok, mas já imaginou você lá na intimidade com sua mulher e a foto do papai de decoração sob vocês, na melhor das hipóteses, com a cara de raiva que ele costuma fazer?

— Não, mas obrigado por me fazer imaginar isso, agora eu é que vou precisar de terapia ou de uma máquina do tempo para esquecer que imaginei isso. — Aposto que meu irmão está com uma careta nesse exato momento. — Como se sente depois de ter feito uma loucura dessas?

— Muito bem.

— É muito bom fazer esse tipo de merda — Ás vezes fico perdida no que querem dizer ao utilizar certas gírias. Nunca sei se é algo bom ruim sarcasmo ou ironia — E fico tão orgulhoso de você, finalmente fez algo que papai desaprovaria, quer dizer algo que ele vai saber. Finalmente posso parar de carregar o fardo pesado de ser o rebelde da família. Me sinto até maior sem todo esse peso.

— Então coloque novamente. Você já é alto o suficiente.

— Eu não disse o que estava maior.

Engasgo com minha própria saliva.

— Max! O que é isso?

— Calma, eu ainda não disse onde. — ele rir e eu continuo sem acreditar em sua insinuação — Relaxa. Tou zoando mana, não se escandalize.

— Melhor voltar ao assunto do meu casamento parece um terreno menos perigoso que suas brincadeirinhas.

— Ok, então se arrependeu em algum momento?

Mamãe, Casei - Vol 3 (DEGUSTAÇÃO - COMPLETO NA AMAZON) 💒Onde histórias criam vida. Descubra agora