Capítulo 34 - POV NAY ( Pt.1)

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Dias depois...

— Toda vez que você pensar em sei lá sair na porrada, rolar no chão com minha mãe. Lembre-se que ela me deu a vida e pode tirar.

— Ricky eu não vou bater na sua mãe.

— Pois é, meu medo é que você apanhe mesmo.

      Reviro os olhos rindo.

— Sabe que eu sei vários tipos de lutas diferentes e sou boa em todas?

— E nenhuma irá te proteger dela.

      Acerto seu braço com um soco bem forte. Ele segura o lugar da pancada gemendo, exageradamente, de dor. Faz mais de dez minutos que estamos do lado de fora no sol quente nos preparando para entrar na casa da minha sogra, mãe dele. A polícia deve demorar menos para invadir um quartel. Ricky está suando mais que o normal de preocupação com um possível embate corporal entre nós. O que não tem chance de acontecer. Amélia é louca, mas acredito que ela não me odeia tanto assim e eu não tenho nada contra ela, além do mais se meu pai está vivo depois de tudo que aprontou, eu ficarei bem.

— Nem vou te responder. Está superestimando a reação dela. Vamos nos comportar como duas adultas. Eu sou uma mulher casada e ela uma senhora já de idade mãe de quatro filhos.

— Senhora já de idade mãe de quatro filhos? — repete e preciso segura muito o riso — Mudei de ideia vamos para casa. Você anda muito engraçadinha.

— Relaxa — aperto suas bochechas — eu sei lidar com todo tipo de feras — Toco a companhia em segundos Amélia aparece como se estivesse ouvindo atrás da porta, passa por mim como se eu fosse invisível abraça e beija o filho. Para completar puxa ele para dentro e fecha a porta antes que eu possa entrar.

— Mãe! Prometeu. — ouço Ricky gritar.

— Só estava brincando. — diz assim que abre a porta, sorrir me olhando de cima abaixo — Como vai Nayara?

— Bem e você?

— Ótima.

       Dou os meus primeiros passos para dentro olhando ao redor, é a primeira vez nessa casa, não consigo deixar de reparar mesmo acreditando ser falta de educação. É humilde, mas tem uma coisa boa no ar e apesar de um tanto bagunçada é limpa. Parece um bom lugar para viver. Gosto de lugares pequenos são fáceis de limpar e acho melhor para sentir o calor humano, falando nisso aqui faz bastante. Em breve estarei suada. Muito suada.

— Bonita sua casa. — elogio sentando no sofá, faço questão de sentar após Amélia e de frente para ela. É uma tática territorial. Quero demonstrar que essa não é uma luta por poder.

— Nem sempre foi assim, fiz ajustes desde que meus filhos mudaram e também finalmente começou a ter dinheiro para algo além das contas pilhas infinitas de contas.

— Ricky me contou que enfrentaram tempos difíceis.

— É. — diz vagamente, percebo que seu olhar fica perdido. Ricky aperta minha mão e me arrependo do comentário. Acho que ainda é uma memória dolorosa para ela.

       Ficamos um tempo em silêncio, acredito que o fato se deve principalmente por não ter assunto comum entre nós ou pelo meu comentário infeliz sobre uma época que nenhum deles gostam de falar. Esfrego as mãos nervosa por ter encerrado qualquer avanço na conversa que iniciamos. Cada segundo em silêncio transformava o clima em algo tenso e constrangedor.

— Estamos ansiosos para o casamento — Ricky rompe o silêncio, aperto sua mão grata por ele ter escolhido sentar do meu lado.

— Imagino. E os preparativos? Em dia? — indaga, mas sinto uma ponta de deboche ou raiva em sua voz.

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