Capítulo 6 - Melodia

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   Bato com a caneta na mesa fazendo um som ritmado. O barulho me faz imaginar como ficaria se fosse acompanhado por meu violão. Parece que ficaria legal.
     O som me faz sorrir. Música lembra-me vinho, frio, escurinho e uma boa companhia para rir enquanto faz cafuné. Tudo isso lembra Nayara. Ela contou uma vez que esse era seu programa ideal embora nunca tenha feito. Suspiro, fazendo meus pensamentos focaram na melodia em vez de seguir novamente por esse caminho.

     Essa semana aqui parece mais sossegado, não sei se por termos a herdeira e por isso o pessoal está se esforçando para impressioná-la ou sou eu quem está em outra dimensão e continuar tudo igual. Nunca fui de reclamar do trabalho faz parte da vida. E é bem pior sem ele.

— Pensando na estrangeira. — ouço alguém sussurra na minha orelha por trás de mim. Caio. — Isso daqui tá um inferno hoje. — reclama.

    É parece que sou eu quem está em outra dimensão mesmo, se bem que Caio é do tipo que reclama do trabalho sempre. Por ele ia pra terra do nunca e jamais cresceria só pra não ter que trabalhar.

— Estava pensando em como eu tenho problemas em guardar segredos.

— Pode ficar tranquilo. Não vou te zoar hoje.

— Será a primeira vez então. — rebato olhando ele debruça na minha mesa olhando a para a frente. Acompanho a direção de seu o olhar e está em uma colega de trabalho. Na bunda dela pra ser mais exato.

     Dou um tapa na sua cabeça para que ele pare com isso. Ela é casada com outro colega nosso. Então melhor evitar escândalos, meu colega é do tipo que arruma confusão e nunca sobra pra ele.

— Sabe que olhar não é proibido?! — Comenta rindo.

— Evitar olhar também não.

— Cara você tem certeza que não é gay?

— Não tem nada pra fazer Caio?

     Meu amigo revira os olhos e me entrega uns papéis.

— Preciso que leia, marque os pontos que foram acrescentados e descubra como as indústrias Castelli irá lucrar mais com esse negócio antes de passar para Miranda. Assim ele apresentar a chefa e leva todo o crédito pelo seu trabalho — ironiza.

     Como estagiário tudo que faço passa por aprovação do meu supervisor o administrador da empresa. Caio sempre diz que os estágios fazem o trabalho dele e ele só está ainda aqui por isso e por ser puxa saco do Sr. Castelli.

    Eu completaria que por ser melhor amigo do Max e filho da atual Sr. Castelli, mas depois de tudo não, aprendi que com o Castelli pai laços não existem.

     Prefiro acreditar que fiquei com John como meu supervisor pelo simples fato dele saber quem sou e me odiar, ele sente que tomarei o lugar dele ou me odeia pelo fato da minha irmã ter o impedido de reproduzir.

       John jamais esquecerá do troco que levou da minha irmã mais velha na época do colégio. Como nunca vou esquecer que ele fez parte das armações suja contra minha irmã.  Estou preparado para quando ele quiser puxar meu tapete. Nessa empresa as vezes parece que todos me não gostam de mim por algo que nem fiz, mas que faria para defender minha família.

       Quando comecei a entender as coisas odiei ser pequeno queria ser o mais velho pra ter feito tudo pelas mulheres da família, pra ter tomado as rédeas e ficado a frente como homem da casa quando tudo era cinzas e não um menino assustado. Só depois aprendi que tudo que passamos foi necessário e que Belly fez um ótimo trabalho. E hoje todos podemos segurar as rédeas junto com ela. Minha mãe me ensinou a ser um cavalheiro porque ela sofreu com os homens de sua vida, minha irmã me ensinou a levar a vida menos a sério já que há dias de trevas e dias de luz, se deixarmos a tristeza nos consumir desaprendemos a sorrir, mas as circunstâncias ensinou a todos nós a serem mais fortes e unidos.

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