Piloto.

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Boa leitura.


O casal saía do prédio em que moravam, os ombros se encostando assim como as mãos esbarrando.

Jungkook pedia um táxi com o celular ocupando a mão, enquanto os olhos se prendiam no loirinho a sua frente que o olhava nervosamente, se balançando nos calcanhares.

— Parece até a primeira vez que vamos ver meus pais. — falou o mais novo, rindo da careta nervosa que o outro fazia.

— É a primeira vez que vamos ir noivos. — respondeu Jimin, respirando fundo, tentando se manter em estado normal. — Você sabe que eles não vão muito com a minha cara. O único que gosta de mim é o seu irmão e ele nem é de sangue!

Jeon tentou segurar mas falhou ao soltar uma risadinha, recebendo um olhar reprovador do outro.

— Eles não odeiam você.

— Eu não disse isso... Mas, eu sei que eles te preferiam namorando uma mulher.

Jeon se aproximou e beijou a testa do noivo, deslizando as mãos por seus braços, tentando acalma-lo com a carícia. Não conseguindo negar o óbvio, já que no momento em que se assumiu bissexual para seus pais, eles ainda mantinham a esperança do filho casar com uma mulher — mesmo que secretamente.

— Bom, eles vão ter que aceitar que estou noivo do homem da minha vida. Gostando ou não. — murmurou, recebendo um muxoxo de Jimin, que se derretia facilmente com a pessoa que amava.

— Para de ser fofo! — resmungou em resposta, quase batendo pé.

Assim que o táxi chegou eles entraram no veículo, dessa vez sem desgrudar as mãos, preferindo não ver qualquer reação que o taxista velho teria sobre isso.

— Sabe, eu gosto muito do seu irmão. Fico feliz que ele ainda não saiu da casa dos seus pais. — Park falou, descansando a cabeça no ombro alheio. — Vai ficar mais fácil de sobreviver.

— Eu sei que gosta. Quem aguenta vocês dois juntos, hein?

— Você fala assim porque queria ser como a gente.

— Olha só, eu e Mingyu somos muito melhores, ok? — provocou, recebendo um Jimin mostrando a língua. — Quem mostra língua, pede beijo. — avisou ao aproximar o seu nariz do alheio.

— Idiota, aqui não. — Jimin falava, colocando suas palmas no peito do noivo para impedir a ação que, mesmo demonstrando o contrário, queria tanto quanto o outro. No final, ganhou apenas um beijinho no seu nariz.

Levando em conta que a casa dos pais do mais novo ficava bem longe do centro da cidade (onde o casal atualmente morava) os dois ainda ficaram cerca de trinta minutos dentro daquele táxi, conversando e jogando qualquer joguinho ruim que Jimin adorava manter no celular para se distrair em situações como esta. E foi enquanto Jungkook girava a aliança do noivo com os dedos, que percebeu já estarem na rua de sua antiga casa.

Pagaram e saíram do veículo, e Jeon teve que segurar a mão do Park bem firme, caso este decidisse sair correndo e ir desse jeito mesmo para casa.

— Eu não vou fugir, tá bem?

— Não quer ficar de mãos dadas comigo? — o mais novo perguntou, caminhando para frente do sobrado.

— Claro que eu quero! Mas, quero mais ainda sair vivo da casa dos seus pais.

— Eles ainda vão saber que estamos noivos, andar de mãos dadas vai ser o de menos, amor.

— Obrigado por me tranquilizar, meu bem. — zombou Jimin, assim que o outro tocou a campainha.

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