Quando assisti ao seu primeiro transtorno, soube que algo se passava dentro de mim. Magoava-me ver Arizona assim. Com lágrimas finas a escorrer pelo seu suave e pálido rosto de menina inocente. Eu era a única pessoa com quem ela podia contar.
As suas pequeninas mãos embateram mais uma vez na minha janela, naquela noite. Era um dos métodos que tínhamos para nos encontrarmos. Ela tocava com o seu punho duas vezes na minha janela, – três se fosse algo urgente. Era uma espécie de código que tínhamos.
Respirei fundo, farto dos meus trabalhos de casa. Estava no quarto ano e as coisas começavam a tornar-se cada vez mais difíceis.
Olhei para o relógio do meu quarto em forma de pinguim, ficando a saber que daqui a pouco teria que fazer uma pausa para ir lanchar. Mas, assim que me levantei da cadeira, pressenti uma presença. Depois, três pequenos toquezinhos se fizeram ouvir, e imediatamente me lembrei do código que eu e Arizona tínhamos estabelecido. Corri até ao vidro que nos separava e empurrei-o para o lado oposto, deparando-me com a face triste da rapariga de olhos cinza. Ela entrou dentro do meu quarto com um pequeno salto e abraçou-me. Fui apanhado de surpresa. Lentamente, os meus braços envolveram a sua fina cintura. O que tinha acontecido?
Percebi que ela não queria falar. Apenas me abraçou durante uns bons minutos, a soluçar e a murmurar palavras desconhecidas para mim. Assim que se acalmou, separei-nos devagar e fitei os seus olhos um pouco vermelhos, assim como a ponta do seu nariz.
"Os meus pais, Luke" – ela disse. Arregalei os olhos e engoli em seco, não processando nada.
"Eles vão-se separar. Eu ouvi a conversa deles no corredor" – voltou a chorar, tapando a cara com as mangas da camisola. Não sabia o que lhe dizer. Ela tirou-me as palavras.
"Arizona..." – o seu nome escapou-me dos lábios – "Tu és uma rapariga forte e destemida, sabes disso..." – encaminhei-a para a minha cama, sentando-nos depois na ponta da mesma.
"Eu não quero crescer com os meus pais separados" – fungou – "Ainda há tanta coisa para fazer, tantos sítios para explorar, Luke"
"Tu não mereces isso" – tentei reconfortá-la – "Pode ter sido algo do momento. Vai tudo ficar bem, eu prometo" – abracei-a de novo. Ela retribuiu o meu gesto. Senti-me parcialmente feliz por estar a ser correspondido, mas não podia apreciar essa felicidade se Arizona estivesse assim.
A sua forma de criança estava habituada às boas coisas da vida, – aos passeios pelo parque, às visitas de estudo, às competições de corrida que fazíamos na escola, às gargalhadas que dávamos em conjunto... Por isso, foi terrível quando ela recebeu uma notícia que a poderia transtornar. Quebrada ficou ela. A sua relação próxima com os pais iria terminar, devido a uma pequena discussão que originou vários problemas. E, o seu coração continuava partido, à espera de alguém para o curar. Será que eu poderia ser esse alguém?
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Unrequited Love ➤ Luke Hemmings [Dropped]
Fanfiction●••● ●••● ●••● ❝ Este é o sentimento de estar completamente e desesperadamente apaixonado por alguém, sabendo o tempo todo de que os meus sentimentos nunca chegarão a essa pessoa. Sinto-me incrível por amar algu...