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Ethan percebe seu erro: o único jogo decente que tem instalado em seu computador é para cegos, ou seja, é sem vídeo ou gráficos e fones de ouvido são essenciais. Audição é essencial.

Tudo bem que qualquer pessoa que ouça pode jogá-lo, mas ET não acha que deve ser a mesma coisa. Deve entediar qualquer vidente. Não vidente que lê mãos ou tarô, pessoas que enxergam.

Ele não quer parecer irônico ou menosprezar a falta de audição dela ao apresentar aquele jogo, mas a voz mecânica questiona um "e aí?" e o menino continua sem saber o que fazer. Cresceu com a sinceridade, apesar de tudo. Fala um monólogo para seu celular e espera que ele transforme em um texto organizado.


> Tenho um bom jogo, mas ele é sem vídeo. Pelo menos é o que minha mãe me disse. Segundo ela, é tudo preto. O personagem é cego. Ele usa a audição para, tipo, tudo. De resto, tenho um de dança, mas esse meu pai grita comigo direita e esquerda para me fazer tentar dançar. Ele me usa pra jogar, sei que adora. Continua depois que eu paro, até. Mas nunca joga sozinho por vergonha.

Tenho cartas em braile, se isso não quiser fazer você rancar suas tripas de tão chato que deve ser. Mas é legal. Quer dizer... não é péssimo, acho que pode ser bom.

Estou tentando me lembrar de mais alguma coisa, mas acho que é só isso. Quer que eu pergunte a minha mãe se temos algum jogo perdido por aí? <


Entrega seu celular para ela e se senta na beirada da cama, batendo no espaço livre ao seu lado para chamá-la para fazer o mesmo. Espera que ela esteja olhando para ele, mas antes que comece a se desdobrar sobre este pensamento, sente a cama afundar um pouco ao seu lado e seu cheiro volta a exalar.

Agora, o cheiro de Valentina não parece completamente identificável. Seria perfume ou apenas o cheiro de sua pele? A única coisa que ele sabe que é bom e preenche o ar ao seu redor junto com as batidas de seu coração e sua respiração irregular.

Pela demora, imagina que ela está teclando a resposta enquanto seu celular continua na mão da menina.


> Tá tudo bem não ter um jogo que eu possa jogar e você também. Na verdade, se alguém criar um onde um cego e uma surda possam interagir sem dificuldade, esse cara/ou essa menina se tornará muito rico, pelo menos pela criatividade e inclusão.

Você entende alguma coisa de programação? Sou uma pessoa um pouco criativa, acho que podemos tentar. Quero enriquecer!

De toda forma, não precisa perguntar a sua mãe. Se não te incomodar, gostaria de ver seus livros. Nunca vi um livro em braile. E aceito jogar cartas. Qual jogo de cartas você mais gosta? Eu sou boa no poker, mas acho que isso também não dará muito certo entre nós, já que faço uma ótima cara de blefe.

Foi mal, não tive intenção de ser rude. É meu humor também.

Será que conseguiremos identificar a piada do outro sem precisar explicar no fim de toda piada que é uma piada? Acho que meio que perde a graça. <


Ele ouve a mensagem com um sorriso em seu rosto. Imagina que ela está o encarando — e ela realmente o faz — sendo assim, tenta comprimir seus lábios para evitar que eles flexionem para cima em uma boba expressão.

Ethan engole em seco quando o joelho dela bate no dele. É bom para ele saber que a menina está perto. Com seu celular em suas mãos, começa a falar.

Claro que ele não sabe que enquanto fala, Val encara a tela do celular lendo palavra por palavra antes que finalize. Ela também segura seu celular, esperando seu momento de teclar.

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o que estão achando da interação deles e o que esperam ver nos próximos capítulos?


meta próximos capítulos: 8k e 2k estrelinhas, bora lá!

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