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      UMA SEMANA DEPOIS


Uma semana havia se passado e as coisas continuavam rotineiras como de costume. Kim permanecia em seus devaneios, Kevin estudava para provas e vez ou outra ia até a casa de Albert, Peg cuidava da casa até que recuperasse seu emprego de vendedora, sempre se preocupando com o comportamento da filha e Bill trabalhava o dia inteiro, chegando em casa pela noite e aproveitando o tempo com sua família.
Kim estava finalmente começando a entender o fato de que Edward jamais poderia ficar com ela, de que eles nunca poderiam ficar juntos depois de tudo. Ainda era doloroso, claro. Mas ela sabia que se lutasse, conseguiria esquecê-lo.

Porém sentia falta de viver sua vida também, afinal, desde que concluiu o colegial estava parada em casa sem fazer absolutamente nada além de devanear, ou ajudar sua mãe. Isso não era chato para ela, mas sentia falta de fazer algo além disso.

Havia visto há alguns dias um anúncio em um dos jornais que recebia em sua casa, sobre um curso de linguagens ali por perto. Não era muito, mas já era um bom começo. Lembrou-se então do quanto era cheia de sonhos antes de todo o alvoroço, cheia de planos e ansiosa para alavancar a carreira acadêmica. E lembrou-se também de como deixou tudo isso escapar por suas mãos, sem nem ao menos lutar por si mesma.

“Já perdi tempo demais pensando e sofrendo dessa maneira” pensava. Não estava totalmente errada, pois ela realmente precisava retomar suas atividades e procurar algo que ocupasse seu tempo e sua mente conturbada. Mas seu coração ainda não estava totalmente pronto para uma virada de vida, mesmo que fosse algo muito simples.

— Querida? Está tudo bem? — perguntou Peg da cozinha. Kim estava deitada no sofá assistindo um programa que nem ela mesma sabia qual era, pois sua mente lhe tomava toda sua atenção.

— Estou mãe, não se preocupe.— fingiu.
Peg notou que não estava realmente muito bem mas preferiu deixá-la quieta.

— Bom, estive pensando... Lembra daqueles nossos amigos de Lakeland? — perguntou Peg sentando-se no sofá. Kim assentiu com a cabeça. — Então, eles decidiram passar um tempo por aqui em algum hotel, ligaram ontem avisando que viriam. Pensei em oferecer nossa casa para eles passarem sua estadia, e queria conversar com você sobre isso.

A menina fez cara de desentendida.

— Conversar o que? Qual o problema deles ficarem aqui? — disse Kim sem entender.

— Pensei que poderia ser estressante para você, você sabe... Todas essas coisas que andam acontecendo com você, todos esses pensamentos na sua cabeça... Pode ser cansativo. — respondeu Peg.

— Mãe não se preocupe, eles não irão me estressar. Qualquer coisa eu tranco a porta do meu quarto. — falou Kim bem humorada.

— É bom ouvir isso querida, estou orgulhosa — abraçou-a — Bom, então vou ligar para Susan. — disse Peg levantando-se e indo até o telefone. Discou alguns números em seguida colocando em chamada. Levou alguns segundos até que atendessem.

Alô? — respondeu a voz jovem.

Por favor, com quem estou falando? — perguntou Peg.

Michael Mitchell. — falou.

Peg pausou por alguns segundos entusiasmada.

Edward Scissorhands: A New ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora