Ruiva de olhos azuis. Assim que era ela. Nascida de uma família pobre e isolada. A garota cultivava flores nos locais mais esverdeados quando saira a noite. Eram seus sustentos para ajudar com sua família. Nunca antes saíram de sua casa, entretanto, cuidavam de seus animais que forneciam seus alimentos.
Ela, por outro lado, andava pela noite assim que seu horario de vendas acaba. Com as moedas ela trazia para os seus pais junto com uns pães.
Um dia, seus pais a chamaram logo quando a ruiva voltou de sua jornada diária. Pediram-na que sentasse à mesa e disseram-lhe a seguinte palavra:— Filha... não somos o que você pensa que é.
— Como assim, mãe?
— Você é especial. Estavamos esperando todo este tempo para finalmente falar quando entendesse, por isso escolhemos essa hora.
Sua mãe tocava em suas mãos. O pai cujo estava junto, seguiu com a conversa sob o olhar confuso da garota:
— A verdade é que você não é nossa filha.
— Como não? Eu não entendo...
A mãe volta a falar.
— Você foi encontrada em uma floresta dentro de uma cesta... não sabíamos como você foi para ali, mas em você tinha uma lua te iluminando perfeitamente.
A garota se levanta.
— Tão de brincadeira. — Ela ria incrédula.
— É sério. — Disse a mãe. — Só sabemos que veio um homem, assim que nos viu falou para nós cuidarmos de você. Não deixou explicações, apenas falaram que era especial e precisava ser protegida até atingir a idade certa.
A garota refletiu. Olhou para os pais e subiu as escadas feitas de madeira artesanal.
— Filha? — Perguntou a mãe.
Apenas o silêncio. Minutos mais tarde, ela voltava com uma mala cheia de suas roupas.
— Que malas são essas? — Pergunta a mãe
— Eu vou embora daqui.
— Você não pode fazer isso! A gente tem muito o que ensinar, filha...
— Por que não fez tudo isso antes? Não quero aprender tudo isolada em uma casa no meio do nada, sem contato com pessoas... sem contato com coisas novas! Sempre vivi presa aqui sem contestar achando que eu tinha algo, mas... — A ruiva suspira. — Por causa de algo bobo?
— Filha, nós...
— Você disse que eu estava doente e tinha que evitar outros pela minha vida, não foi?
— Sim, mas...
— Eu não tenho.
— Filha...
— Vou embora!
Os supostos pais da ruiva não disseram mais nada. Apesar do pai pensar em prende-la, isso pode custar coisas piores. Eles não queriam que ela arriscasse, mas também não queria magoa-la, afinal, o amor que eles criaram ao longo do tempo fez com que eles se preocupassem com essa ida. Entretanto, não havia mais nada a fazer a não ser deixa-la ir.
— Nós te amamos! — Sua mãe gritava com a filha já longe.
Sem respostas. O que eles poderiam fazer agora é torcer pelo seu bem e, além disso, não recebesse um castigo daquele ser encapuzado.
Não deu outra, ele apareceu.Ao notar sua aparição repentina, a mulher descupara sucessivamente para o ser.
— Aquieta-te, mulher. — Sua voz estridente ecoava.
— Tentamos segura-la o maximo possível. — O pai dizia. — Não podiamos obrigar a ficar.
— Vocês fizeram o certo. — Respondia o homem encapuzado. — Sua missão foi cumprida. — Ele aponta para ambos. — A de vocês dois.
Sem entenderem, apenas acenaram suas cabeças. O sombrio misterioso continuava pondo sua mão em um de seus bolsos assim tirando um pequeno saco barulhento:
— Isto em minha mão é a recompensa de ambos.
O Casal, surpreendido questionou o que era aquilo, pois em momento algum esperava por isso e nunca foi mencionado antes. Ao jogar aquele saco sob a mesa, moedas jorraram espalhando-se por tudo. A quantidade era o suficiente para renovar sua vida, comprar alimentos, cama ou até investir em algo mais. Tais coisas era muito por um casal tão pobre, mal sabiam se aceitariam ou não, mas...
O encapuzado continuou:
— Mesmo não tendo condições nenhuma, mesmo pela humildade, aceitaram de bom grado uma criança a troco de nada. O mundo precisa de mais pessoas como vós.
— Não podemos aceitar tudo isso! — A mulher dizia.
— Já é seu. — Ele erguia a mão. — além do mais, vejo que tua esposa está esperando mais alguém por vir. -- Ele dizia ao homem. — Parabéns, nobre pai.
Sem entender, o homem olha para a mulher. Ela acena com a cabeça fazendo o mesmo se orgulhar imediatamente. Afinal, os dois não podiam ter filho... até agora.
Eles terão um novo membro na família.
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As Virgens
RomanceEle: Um caçador e servo de Deus. Ela: Uma bruxa e filha de Lilith. No século XVI, era média. Uma garota não escolhe ser quem ela é, mas é obrigada a ser e, com isso, grandes dificuldades irão passar pela sua vida, sendo uma delas, seu corpo aprofun...