02 - Dor e angústia

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Um burburinho se espalhou pela sala de aula, e a garota cujo tinha dito ser vizinha de Débora, começou a chorar.

Algumas garotas foram abraçar a menina, demonstrando compaixão. Vivian direcionou seu olhar para mim mais logo o voltou para a Sra.Foster quando a mesma começou a se pronunciar.

__Se acalmem alunos, se acalmem. - diz tentando apaziguar a sala - Como tinha dito, vocês irão sair mais cedo. Podem juntar os materiais e se direcionarem para fora da sala.

Todos começaram a guardar seus pertences em suas mochilas e eu também fazia o mesmo.

A sala começou a esvaziar conforme os alunos saíam, logo eu e Vivian nos despedimos da professora e saímos da sala.

Passamos pelos corredores que agora tinham um clima de enterro. Quando chegamos próximas ao portão, vimos o irmão de Débora: Matteo Bryant, de apenas 7 anos, chorando abraçado à mãe que, acredito eu, veio o buscar.

Aquilo me toca o coração, com certeza dói perder uma filha ou uma irmã.

__Tchau Vivian. - digo.

__Tchau.

Andava angustiada com o acontecimento recente. Não poderia imaginar que em nossa cidadezinha tão pacata, aconteceria algo assim.

Débora era feliz. Ou aparentava ser. Sua família se mostrava doce e carinhosa com a mesma, uma boa condição de vida, um namorado que trabalha em um bom emprego e é um homem direito, amigas verdadeiras, e os problemas que aparentava ter, são problemas que são comuns, e que ao meu ver, não a abalava.

Débora aparentava não ter motivos para tal ato!

Minha cabeça contém várias perguntas.

Abro o pequeno portãozinho que me leva em direção a porta de minha casa entrando na mesma.

Limpo meus pés no tapete vermelho e descanso minha mochila em uma cadeira.

Mais adiante, vejo minha mãe à  arrumar o almoço em cima de nossa mesa de vidro.

__Bom dia, Senhora Spencer. - a época exige este tipo de educação. Pelo menos quando adentramos um local, como agora.

__Bom dia, filha. - ela diz com ênfase a última palavra demonstrando sua insatisfação com essas formalidades.

__Mãe, - ela sorri pela questão de tê-la chamado informalmente - a senhora terá que se acostumar com meu jeito de falar. É uma forma de respeito que eu chamo-a. - fez uma carranca depois de eu ter completado a frase.

__Essas formalidades fazem parecer que não temos nenhum parentesco. - resmunga - Não pode me chamar apenas de mãe?

__Vamos mudar de assunto? - pergunto me sentando e ela faz o mesmo - Não quero discutir hoje. Com o último acontecimento, fiquei abalada. - digo abaixando a cabeça.

Qualquer morte que chega aos meus ouvidos lembra-me de meu pai...

__Oh, minha filha. Não fique assim. - mamãe demonstrava estar sem palavras para consolar-me.

__Tudo bem. - digo erguendo a cabeça após limpar poucas lágrimas que caíam sobre minhas maçãs do rosto.

__Coitada da família Bryant... Débora parecia feliz e amada por sua família! Não compreendo o motivo para seu ato drástico.

__Cada um tem os seus mistérios. - levanto a cabeça séria para ela.

A Culpa É Dele [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora