03 - Agora faz sentido

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A aula hoje não foi das melhores. Estou ansiosa, hoje é o enterro da falecida. Minha mãe irá me levar lá. Iremos prestar os pêsames à família.

Entro em casa limpando os pés no tapete e encontro minha mãe já almoçando.

__Com licença, Senhora Spencer. - seguro o riso enquanto falo esperando sua reação.

__Venha comer logo, e depois vá se arrumar. - ignora o que eu tinha dito.

__Tudo bem. - sento-me na mesa.

Quando termino de comer, pego minha mochila e subo as escadas que levam ao segundo andar.

Abro a porta de carvalho, adentrando o local de paredes azul ciano. Do lado direito, contém meu guarda-roupa feito de madeira, como outros móveis. À frente do guarda-roupa, tinha minha cama (de solteiro), e do lado da cama continha um criado-mudo, com um abajur em cima. Na mesma parede da porta de entrada, tinha ali uma mesinha com um notbook, alguns livros, canetas e lápis. Na mesma parede onde se encontrava o guarda-roupa, tinha uma porta, onde era o banheiro.

Deixo minha mochila em cima da cadeira que está à frente da mesinha e vou para o banheiro.

Tiro o uniforme e tomo um rápido banho. Logo após, escovo os dentes e arrumo o cabelo em um coque, ainda de toalha.

Saio do local, e separo uma roupa preta: blusa de mangas compridas, calça legging e um tênis.

Saio do quarto e vou em direção a Senhora Spencer, que está com um vestido preto e um véu da mesma cor.

__Vamos, Mel. - diz me chamando.

Saímos de casa e entramos no carro. Minha mãe no banco do motorista e eu no do passageiro.

Ela ligou o motor e damos partida. Chegamos no velório, e damos nossos pêsames aos parentes.

Na hora do enterro, estávamos andando em direção ao túmulo direcionado a ela, quando, vi pegadas de um adulto gravadas na terra. Olhei para minha mãe e há 1m de distância entre nós duas.

Olho novamente as pegadas e resolvo seguí-las. Saio da fila que estava, e começo a ir em direção que as marcas na terra me levam.

Chego silenciosamente a um local onde está um homem, de cabelos castanhos escuros, barba por fazer, 1,80m de altura, ombros largos, rindo.

__Como podes rir com essa situação? - pergunto irritada mas  com medo. Ele para de rir e me olha.

__Quem és tu? - pergunto.

__Eu que pergunto. - diz - Quem me incomoda?

__Você é um maníaco! Você fez ela se suicidar! - digo exasperada juntando as peças.

__Ora...Pare de falar asneiras!

__Você...Você a fez se suicidar! É isso! Claro! Ela tinha uma ótima vida, porque cometeria o ato? - digo mais para mim do que para ele.

__Pare de falar besteiras, garota! - disse irritado - Saia daqui!

__Agora faz sentido... - digo.

__Saia! - esbravejou.

Com essa atitude, voltei correndo para a missa.

__Com licença, Senhora Spencer. - digo me sentando ao seu lado.

__Onde estava, Melanie? - minha mãe pergunta sussurrando levemente irritada.

__Fui ao banheiro. - dei a desculpa que primeiro me veio à cabeça.

__E por que não me comunicou? - perguntou.

__Simplesmente achei desnecessário.

A missa seguiu, pessoas foram falar da Senhorita Bryant, e assim se seguiu até a hora do enterro.

Preferi não comentar com minha mãe sobre o que ocorreu. Minha cabeça está prestes a explodir como uma bomba atômica.

Agora tudo faz sentido! As peças entraram nos eixos.

A Culpa É Dele [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora