04 - Decepção

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Chegamos em casa e me sento no sofá, tirando os sapatos. Olho para minha mãe e digo:

__Precisamos conversar... - o tom sério em minha voz faz a mesma me olhar franzindo o cenho.

__O que foi que fez desta vez? - ela diz preocupada.

__Mãe...Quando saí, para ir ao banheiro... - digo receosa - Eu...Na verdade, não saí para ir ao banheiro... Eu... Eu vi pegadas, e as segui. Eu encontrei um homem... Rindo, e tudo fez sentido. - olhei para a mulher à minha frente. Ela estava irritada - E tenho certeza que ele forçou Débora cometer suicídio! Por isso o acusei! - um peso saiu de meus ombros.

__Como segue pegadas, encontra um homem rindo e o acusa de forçar o suicídio de alguém?! COMO TEM CORAGEM? ELE PODIA TER FEITO ALGO COM VOCÊ MELANIE! - brada - Por que um "suicídio forçado"? - diz fazendo aspas com os dedos.

__Pois ela tinha uma ótima vida, era amada...

__Não foi você que disse ontem para minha pessoa, que "Cada um tem os seus mistérios"?!

__Mas não tinha o encontrado... Visto aque... - sou interrompida.

__O HOMEM NÃO IMPORTA! NADA LIGA ELE AO SUICÍDIO DE DÉBORA BRYANT! - grita me olhando com fúria.

Ela gritando, com fúria, e eu decepcionada, desabando em lágrimas.

__COMO NÃO PODE ACREDITAR EM MIM? EM SUA FILHA?! - grito me aproximando dela.

__VOCÊ É UMA FALSA! - após estas palavras ditas, sinto a face do rosto, do lado direito queimar.

Depois de seu ato, a olho abismada.

__Você nunca me agrediu... - minha voz sai em um fio e  sinto um gosto salgado em minha boca. Depois de passar pelos meus lábios, a lágrima encerra seu caminho em meu queixo.

__Me...Desculpe, eu...Você me fez ficar com raiva... - diz tentando chegar perto de mim mas recuo.

__Agora a culpa é minha? - falo a olhando inexpressiva.

Lágrimas teimosas insistiam em cair sob meu rosto. Lágrimas que não deveriam estar ali, eu deveria me manter forte em um momento como esse.

__Não foi minha intenção... Me desculpe... - ela queria me conquistar novamente, disso eu sabia.

__Eu que peço desculpas, Senhora Spencer.

A respondo friamente e subo as escadas em direção ao meu quarto. Estou muito decepcionada com ela, primeiro ela não acredita em mim, depois, me agride.

Sei que eu a ofendi de certa forma, e o tapa não é um ato que machuca o físico gravemente, mas, há algo dentro do meu peito, o que ela fez, doeu. Machucou.

Se nem minha própria mãe, uma das minhas melhores amigas, não acredita em mim, quem vai acreditar?

Mesmo sem ter alguém com quem contar, começarei a investigar, e anotar tudo de diferente que acontecer nesta cidade.

A Culpa É Dele [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora