Kyungsoo não conseguiu dormir. Sua mente rodava com tudo aquilo.
Estava junto do senhor Craiova, o homem que sempre esperava aparecer no hotel, o homem por quem sorria feliz por sua simples presença e o homem que o salvou. Tinha sido grosseiro com ele, sabia disso, mas o que ia dizer? De tudo, jamais esperava estar sobre a proteção de alguém embora sempre acalentasse um desejo de pertencer a alguma coisa. Sabia que estava entrando para um mundo diferente do seu quando aceitou o trabalho, sabia dos perigos e tinha aceitado mesmo assim, a quem podia culpar?
Será que àquela hora todos já sabiam que ele não voltaria? Podia culpar o homem que teve a boa vontade de ajudá-lo só por que o jeito que tinha escolhido era o que temia? Teria um mestre a quem teria de obedecer cegamente, era isso o que sempre ouvia, seria uma espécie de escravo? Não podia saber e aquilo estava a ponto de enlouquecê-lo.
— O senhor Craiova não precisa disso Kyung!
Resmungou consigo mesmo enquanto se revirava mais uma vez na cama, ainda era quase cinco da manhã, nunca passava noites em claro e olha só agora!
Seus amigos iriam rir se o visse deitado em uma cama gigante divagando sobre uma situação que não estava em seu controle. Era um tolo.
Sabia que os filhos dele estavam vindo, sabia que não parecia ser uma pessoa má, mas o que ele sabia?
Incomodado por seus próprios pensamentos por que no fundo sempre foi um adolescente provinciano do interior, ele se levantou e começou a perambular pelo quarto, mas não foi suficiente então saiu pelo corredor disposto a descer e correr para algum lugar, no entanto uma luz debaixo da porta do quarto no final do corredor o fez parar.
A luz amarelada não era natural e oscilava como chamas.
Como se fosse um sonho Kyungsoo se sentiu impelido pelas luzes que vazavam e quando percebeu estava com as mãos sobre a maçaneta. Tarde demais pensou que aquilo era errado, não se entrava em locais sem ser convidado, mas a porta já se abria e revelava um quarto luxuoso, em negro e dourado iluminado por uma infinidade de velas de vários tamanhos espalhados por quase toda a superfície que não fosse o chão.
A cama de dossel alto sustentava um ar medieval e sobre as colchas douradas escuras repousava um baú comprido de tampa arredondada negro, de superfície espelhada e mais uma vez dominado pela curiosidade, ele se aproximou e ergueu a tampa, o interior era branco, acolchoado e aparentemente confortável, cheirava a pinho e cidra. Não era um baú... Era um caixão! Um caixão largo e confortável.
Senhor Craiova... Estava em seu quarto?
Murmurou em um misto de assombro e confusão, se ele soubesse...?
— Kyungsoo.
A voz do senhor Craiova soou preocupado.
Soo ergueu os olhos e o viu diante de uma porta lateral, o banheiro, era óbvio e ele estava de uma forma que Kyung nunca o tinha imaginado, vestido apenas em um roupão até os joelhos de seda negra, os cabelos úmidos e um olhar tenso, que ele não conhecia.
Kyung deveria sentir medo, era a coisa mais sensata, porém tudo em que pensava era que ele parecia mais jovem de algum modo, talvez um pouco mais de quarenta anos, não mais. Será que ele seria mais velho? Então a ficha caiu, ele estava encarando o homem! O seu futuro quase certo mestre.
A vergonha caiu sobre sua cabeça como um balde de água gelada. Ele murmurou uma desculpa que nem ao menos sabia o que significava e saiu correndo do quarto dele entrando alvoroçado no seu.
Estava ficando louco? Com o coração na boca correu para a janela e tentou voltar a respirar, estava mesmo ficando maluco, o que o senhor Craiova devia estar pensando dele agora? Invadindo o quarto dele e ainda o encarando como um lunático?
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Yin and Yang
FantasyKyungsoo era só mais um dos muitos funcionários que trabalhavam naquele hotel e bar de luxo. Não tinha nada demais ou assim pensava, contudo, um dos mais poderosos lordes vampiros do reino tinha uma opinião diferente e estava prestes a entrar na vid...