Desmaio em uma situação, desperto em outra

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No mar de dor Kyungsoo sentiu braços frios o erguer e então o vento ao redor indicou que alguém corria com ele. A voz baixinha, mas sem sentido denunciava Sehun e isso o acalmou um pouco, mesmo que queimasse.

Outra onda de cólica lhe tirou os pensamentos e quando voltou a semi consciência e a respirar, sentiu uma mudança sutil, algo o tocava e não eram mãos, então uma picada e depois outra lhe arrancou de uma dor o jogando em outra, menos dolorosa que aos poucos foi se amainando até se tornar apenas um incomodo que no entanto não o deixava abrir os olhos, uma força estranha o puxava para baixo e mesmo não sentindo mais seu corpo, ele sabia que não podia despertar, nem se mexer, estava sendo sugado e levado para longe do próprio corpo, estava flutuando, perdido em lugar nenhum e ficou assim, em transe por um tempo que imaginou que jamais ia acabar. E então, do nada, parou.

Kyung não soube quando abriu os olhos, mas ao fazer ele os fechou quase no mesmo instante e ofegou, seu coração começou a bater frenético e achou que ia ter um ataque cardíaco até que se sentiu cercado de novo embora não tocado e todo o desespero passou. Ele tentou abrir os olhos mais uma vez e o que viu o chocou.

Sehun tinha seus olhos cinza brilhantes e agora em um desconhecido tom quase metálico sobre si, sem camisa e com sangue escorrendo pelo canto da boca onde dois caninos afiados tocavam o lábio inferior. Chanyeol ofegava ao seu lado também, sobre a imensa cama negra desconhecida e estava na mesma situação, seus olhos escuros brilhavam, seus caninos brancos e afiados estavam à mostra e sangue escorria por seu peito nu.

Os dois pareciam horripilantes e lindos, quase como dois guerreiros assassinos e só quando Soo piscou de novo é que se moveram.

— Como está dor?

A voz de Chanyeol soou contida e mais grave do que o normal. Kyung respirou fundo.

— Passou... O que aconteceu?

— Vamos discutir isso depois.

E Sehun veio até ele e o ergueu.

Só então notou que estava nu, coberto de sangue e estranhamente quente.

— Mas o que...?

— Shiiii.

Ele o carregou para um banheiro conjugado onde uma banheira coberta de água fumegante já estava pronta. Ele lhe colocou com cuidado e Soo fechou os olhos diante do prazer. Então ouviu ruídos e voltou a abrir os olhos.

Ambos os homens entravam na banheira também e enquanto Chanyeol veio ao seu lado e o ergueu até que Kyung ficasse entre suas pernas e encostado em seu tórax, Sehun se colocou a sua frente e começou a banhá-lo com cuidado. Tentou quase desesperadamente não pensar que estava na banheira com eles, todos nus e sendo lavado pelas mãos de um lorde vampiro enquanto Chanyeol acariciava seus ombros e pescoço, o calor os envolvia como um manto pacífico.

— Tem certeza que não sente mais nada?

A voz de Channie ao seu ouvido soou ansiosa, Kyung deixou-se cair mais nele não resistindo às caricias.

— Não, mas eu não entendo...

— Vamos te explicar, Kyungsoo, mas depois, primeiro deixe que cuidemos de você, essa noite vamos apenas cuidar de você, juntos.

Kyung se sentia fraco, mas precisava saber, muito. Suspirou.

— Por favor, me digam.

Ouviu um suspiro longo de Chanyeol atrás de si e por fim sua voz tensa:

— Ele te atacou, Kyungsoo, usou de magia para feri-lo já que não conseguiu possuir você.

Kyung estremeceu, sabia de quem estavam falando, daquele vampiro assustador.

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