Pacífico na neve... Ou não

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Soo descobriu que dormiu quando despertou nos braços de Chanyeol. Ele atravessava uma clareira em direção a uma cabana graciosa no meio da floresta gelada.

Se aconchegou mais no peito do vampiro e deixou ser levado para dentro. Foi colocado com cuidado em um sofá macio e pode assistir em silêncio enquanto Chanyeol acendia a lareira da cabana bem conservada. Não parecia abandonada, longe disso, estava limpa e arejada.

Depois ele saiu e logo voltou com uma mala imensa. De lá ele tirou embalagens do que parecia comida instantânea, biscoitos e doces. Riu baixo.

— Vamos acampar? Falta os marshmallows.

— Vou caçar para você Kyung... Você quer marshmallows?

Perguntou de olhos arregalados.

— Não seu bobo, estou brincando.

Chanyeol sorriu para ele e por alguns instantes Soo pensou em como ele era mesmo bonito e parecia suave ali... Mas ele não era, a suavidade de Chanyeol era ilusão. E nem eles estavam acampando, estavam fugindo de Sehun... Que àquela hora já devia estar louco de preocupação. Fechou os olhos e fez uma pequena prece, que tudo aquilo acabasse bem, sem brigas ou violência. 

Uma batida na porta fez seu coração pular, mas Chanyeol apenas lhe sorriu.

— Acalme-se amore, é um amigo – E Chanyeol foi até a porta e deu passagem para um cara entrar resmungando em uma língua estranha. Ele era bonito, mais baixo que Chanyeol e tinha os cabelos platinados como os do senhor Craiova, só que os dele eram curtos e não tão lisos. Um arrepio percorreu sua pele – Você me deve isso, Jongdae.

— Você é louco, Chan! - Ele respondeu em português e em um tom baixo e furioso se voltando para Kyung. Seus olhos eram cinzas e ele os cravou nos seus, Soo agarrou o braço do sofá – Ele pertence ao meu pai, MEU PAI, eu não posso ir contra ele, sabe!? E você me pede justo isso? É assim que você me estima? Me arrastando do palácio e me colocando nessa briga idiota?

— Ele é meu consorte, não do seu pai, Chen! E você me deve isso!

— Eu não posso fazer um pedido desses por você, não entende? E como você sabe que ele não pertence ao meu pai também? Ao menos cogitou a ideia de perguntar?

Kyung abriu a boca mudo, aquele era o filho de Sehun? E ele era amigo do Chanyeol? Como assim?

— Seu pai é cheio de truques, ele enganou meu consorte, o roubou de mim...

— E você o roubou dele, muito adulto! Sabe que meu pai está furioso? Do tipo muito furioso e já sabe que foi você só para que tenha ciência. Aliás a essa altura até o rei já foi envolvido no meio dessa confusão. Você não pode escapar com o humano, Chan, seja racional...

— Se seu pai encostar nele, Jongdae, eu vou matá-lo!

— Vocês podiam resolver isso em paz de uma vez por todas, sabia? Por que não faz como Lorde Kasarov? Compartilha Chanyeol, simples assim. Ele está feliz, os lobos estão felizes, o humano está feliz e todo mundo sai ganhando.

— Kyungsoo é meu e você vai me ajudar a protegê-lo, Chen... Você me deve...

— PELOS DEUSES, CHANYEOL, EU NÃO PO...

Eles viraram os corpos ao mesmo tempo em direção a porta e ficaram em silêncio. Soo sentia a tensão dos dois e não precisava ser inteligente para saber que aquilo significava problemas.

— Um vampiro.

— Um lobo.

— Desde quando seu pai tem servos lobos, Chen?

Yin and YangOnde histórias criam vida. Descubra agora