Seis

1.2K 113 34
                                    

Melinda


Eu sabia que a Luísa lidava com todo tipo de gente naquela área dela. Era seu trabalho. É linda demais. Simpática e me amava. Mas o gosto amargo do ciúme corroeu a minha garganta quando a vi segurar a mão daquela mulher.

Já fiz coisas inconfessáveis nessa vida e esperava sinceramente que Luísa não fosse igual a mim ou eu ficaria bem louca muito em breve.

Notei naquele momento que eu precisava ocupar a minha cabeça com outras coisas ou começaria a criar paranoias. Ela já provou várias vezes que me amava e era extremamente fiel, cabia a mim confiar.

Pesquisei algumas escolas de idiomas e marquei para a semana seguinte já que minha bela e trabalhadora namorada me pediu para acompanhá-la a Paris e resolvi fazer esse sacrifício. (risos) Eu sei que dez entre dez mulheres gostariam de estar no meu lugar. Paris é perfeita, romântica, maravilhosa. Com quem você ama fica ainda melhor.

Acordei na manhã do nosso último dia naquele paraíso. Era folga da Luísa e queríamos aproveitar o dia. Eu a acordei com beijos nas costas. Quando resistiu enfiei a mão por baixo do lençol e toquei seus seios quentes e nus pressionados no colchão. Ela apenas gemeu.

— Acorda logo!

— Cinco minutos.

— Vou dar uma mordida por segundo. — Mordi suas costas e desci a mão para sua intimidade.

— Tarada!

— Acorda, pra eu te mostrar a tarada. — disse e a vi rindo.

Ela se virou e me abraçou segurando minhas mãos para trás. Mordi seu ombro e ela soltou um gemido rindo.

— Capeta! — disse me dando um beijo rápido e saindo da cama.

Fui tomar banho com ela. E claro fizemos amor no chuveiro. Luísa se soltou bem mais depois que ascendeu. E eu estava completamente apaixonada por aquela Luísa. Mais segura, mais mulher. Não lembrava em nada aquela garotinha.

O fato era que se ela tivesse continuado aquela garotinha e me aceitado casada, eu estaria até hoje mantendo-a em stand by porque sou assim, se deixar eu tomo completamente todo o espaço de quem está ao meu redor. E neste momento da minha vida, apenas duas pessoas me entendem e não me deixam preencher todo o espaço da minha vida com a minha empáfia: Giselle e Luísa. Elas foram esculpidas para mim.

Amo a Gi demais, fico chateada quando pega no meu pé, mas tenho consciência de sua razão e da minha necessidade de crescer. E Luísa é a mulher da minha vida. Então estou realizada.

— Vamos tomar café em um bistrô que tem aqui perto. É maravilhoso. — avisou colocando um brinco.

Eu estava sentada numa poltrona admirando-a. Perdi até a noção do tempo. Era linda demais. Tenho certeza que vai chegar aos noventa tão linda quanto agora.

— Tchau! Estou morrendo de fome... — avisou saindo do quarto e eu pulei da poltrona. Coloquei uma roupa, fiz uma maquiagem rápida e a saí.

Ela já tomava um café na parte externa do bistrô.

— Amor, como me deixa para trás? — censurei e beijei seus lábios.

— Fome... já fiz meu pedido. — avisou e me entregou o tablet para eu fazer o meu.

— Amor, não me deixa mais. — repreendi de novo de sobrancelhas franzidas finalizando o pedido e larguei o aparelho sobre a mesa.

— Então agiliza. — disse mordendo um biscoito e fechando os olhos. — Isso aqui é maravilhoso.

EntrelaçadasOnde histórias criam vida. Descubra agora