Melinda
Sentir Luísa completamente minha daquele jeito era o ápice da minha vida. Dizem que se conseguirmos atingir esse topo é porque nossa missão no mundo terminou. Mas acho que a minha estava só começando.
— Da próxima vez que você me deixar aqui sozinha logo depois de uma viagem longa dessas vai ser pior. — ameacei bem próxima à boca dela.
Ela riu. Eu amava sua risada. Amava seus olhos marejados quando estava feliz.
— É muito mimada essa minha namorada. — disse sorrindo e me beijando. — Vingativazinha mais linda desse mundo.
— Sou! — falei num tom infantil e me aninhei nela beijando seu pescoço. Ela ainda tinha pequenos espasmos e me apertou. — Eu te amo. Parece um sonho que estamos aqui de verdade.
— Eu te amo tanto, Melinda! — disse emocionada. — Tenho medo de acordar.
— Você não vai acordar. — sussurrei. — Não deixo. Desculpa por todo esse tempo que te deixei de lado, te troquei.
— Não fala disso. Eu sei que você teve seus motivos, por mais toscos que fossem você achava que era certo. Estamos começando agora. Vamos começar do jeito certo.
— Você é perfeita, sabia?
— Não sou, logo você vai ver. — Riu e me abraçou, estava cansada.
Beijei sua boca de forma agressiva e saí da cama.
— Preciso falar com a Gi. Eu estava tão morta que desmaiei... — avisei e peguei o celular. Havia muitas notificações do Twitter e Instagram. Ignorei e entrei no aplicativo de mensagens.
— Falei com ela mais cedo. Falou sobre seu carro.
— Meu carro? O que tem meu carro? — perguntei preocupada ficando de joelhos na cama enquanto digitava uma mensagem para minha amiga. — Não tá chegando.
Entrei no Twitter e me vi nos trending topics. Entrei na notícia vi que explodiram o meu carro na garagem do meu prédio.
— Ah, pelo amor de Deus! — Lamentei. — O Cristiano não cansa de ser idiota.
— Amor, vem cá. — Estendeu os braços e me deitei em seu colo ainda vendo todos os tuites sobre o atentado, que ocorreu no mesmo dia que embarquei. — Fica um pouquinho aqui, deixa isso para depois.
— Eu preciso me pronunciar, amor. O Cristiano pensa que é quem?
— Bandido, amor. Você está longe de lá, não vão poder fazer nada contra você. — falou sonolenta, só trabalhou, até durante o voo, precisava descansar.
Larguei o celular e a abracei carinhosamente.
— Você precisa dormir. Está exausta. — Fiz um carinho nela e fiquei com ela no colo até dormir.
Saí devagar da cama, coloquei um robe e peguei meu laptop. Escrevi uma matéria de oitocentas palavras sobre o atentado. Antes de postar verifiquei os nomes dos investigadores que foram citados nas matérias.
Giselle finalmente me respondeu.
— Gi, você está bem?
— Mais ou menos, Mel. Problema familiar, mas sem condições de resolver nada agora.
— O que aconteceu?
Desde que decidi ser mais amiga, eu estava me interessando de verdade pela vida das pessoas que eu amava. E Giselle sempre esteve comigo, era o mínimo. Mudar requer coragem, não é para qualquer pessoa.
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RomanceContinuação da história de Melinda e Luísa de Hope - A Menina Índigo ______ Depois de um relacionamento conturbado e quase trágico, Melinda e Luísa estão de volta para nos mostrar como estão suas vidas na bela Gran Canária.